Estradão
O avanço do novo coronavírus (COVID-19) está paralisando a produção de caminhões no Brasil. Mercedes-Benz, Scania, Volvo e Volkswagen interromperão suas linhas na próxima semana
O avanço do novo coronavírus (COVID-19) está paralisando a produção de caminhões no Brasil. Até o início da tarde desta sexta-feira (20), Mercedes-Benz, Scania, Volvo e Volkswagen Caminhões e Ônibus anunciaram que irão interromper suas linhas de montagem no País.
Mercedes-Benz paralisa quatro fábricas
A Mercedes-Benz vai paralisar suas quatro fábricas – de caminhões e automóveis – no Brasil. A empresa tem plantas em Campinas, Iracemápolis e São Bernardo do Campo, em São Paulo, e Juiz de Fora, em Minas Gerais. Por causa do coronavírus, todas ficarão paradas por, no mínimo, 20 dias. A medida valerá de 30 de março a 19 de abril.
A empresa também dará folgas aos funcionários nos dias 25, 26 e 27 de março, além de 20 de abril. Esses dias serão debitados do banco de horas dos empregados. O retorno das atividades está previsto para 22 de abril. Esse prazo poderá mudar de acordo com a evolução da situação do País nas próximas semanas.
O atendimento de pós-vendas, classificado pela empresa como um serviço essencial, será mantido. O objetivo é manter o atendimento das oficinas e a oferta de peças.
Volvo paralisará linha no dia 30
A Volvo suspenderá a produção da fábrica de Curitiba por quatro semanas. A medida valerá a partir do dia 30 de março. Na planta paranaense trabalham 3,7 mil funcionários.
Desde quinta-feira (19), os trabalhadores cujas funções podem ser executadas à distância passaram a trabalhar em casa. Viagens e participação em eventos que não sejam absolutamente essenciais foram canceladas. O objetivo é reduzir o risco de contaminação pelo coronavírus.
Scania suspenderá produção até 13 de abril
A Scania suspenderá a produção da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) a partir do dia 30 de março. Inicialmente, a previsão é que a paralisação se estenda até 13 de abril.
Os cerca de 3,5 mil funcionários ficarão em férias coletivas. A empresa informou que está tomando medidas de acordo com os protocolos da Organização Mundial da Saúde (OMS) e autoridades locais. “Neste momento, a prioridade é salvaguardar a saúde e a segurança dos colaboradores”, informa a Scania.
A companhia implantou o trabalho remoto em algumas áreas. Por ora, a linha de produção contínua em atividade.
VWCO adota paralisação progressiva
Desde o último dia 19, a Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO), cortou as horas extras e o expediente aos sábados. A produção será mantida em níveis mínimos para garantir o abastecimento de concessionários e importadores, segundo informações da empresa.
A partir de ontem, as áreas administrativas adotaram o chamado home office. O objetivo é reduzir a circulação nos escritórios a plantões e serviços essenciais.
De 30 de março a 20 de abril, a produção da planta de Resende (RJ) ficará suspensa. Os funcionários terão um período de afastamento combinando banco de horas e férias coletivas. Em nota, a empresa informou que em caso de “eventual agravamento da situação sanitária no País, novas medidas de proteção serão comunicadas.”
Iveco e DAF mantêm produção
A Iveco informou que está seguirá o posicionamento da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores). Por ora, a linha de produção na fábrica de Sete Lagoas (MG) continua em operação.
A DAF informou que a planta de Ponta Grossa (PR) está funcionando normalmente. Já a rede de concessionárias está atuando de acordo com as determinações do governo de cada Estado. De acordo informações da empresa, os serviços de manutenção e resgate emergencial não serão afetados.
A DAF também informa que está adotando medidas que envolvem a conscientização das equipes acerca do novo coronavírus. E também está intensificando ações de higienização das áreas comuns, bem como novas rotinas de trabalho. Isso inclui a restrição de visitas e monitoramento constante de todos os colaboradores.
Anfavea acompanha evolução do coronavírus
A Anfavea informa que seus 26 associados vêm tomando medidas em conformidade com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde, das Secretarias Estaduais e Municipais de Saúde. “A prioridade é a saúde dos nossos mais de 125 mil colaboradores diretos em 67 fábricas e dez Estados, e também a de seus familiares”, diz o presidente da associação, Luiz Carlos Moraes.
Sobre a flexibilização de jornada de trabalho, paralisação de produção e negociação com sindicatos, Moraes diz que cada empresa atuará de forma individual. “De acordo com a necessidade e riscos específicos de cada região”, afirma o executivo. (Estradão)