Montadoras da China buscam ajuda do governo

O Estado de S. Paulo/Reuters

 

As montadoras da China estão pedindo ajuda ao governo depois que as vendas em todo o setor despencaram 79% em fevereiro, um declínio mensal recorde, com a demanda atingida pelo surto de coronavírus.

 

A lista de pedidos inclui cortes no imposto sobre a compra de veículos menores, medidas para apoiar as vendas nos mercados rurais e uma redução dos requisitos de emissão de carros, disse a Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis.

 

As vendas de fevereiro no maior mercado automotivo do mundo caíram para 310 mil veículos em relação ao ano anterior, uma queda pelo vigésimo mês consecutivo.

 

“As vendas de automóveis da China em fevereiro voltaram a níveis nunca vistos desde 2005”, disse Chen Shihua, um alto funcionário da associação.

 

“O governo considerará essas propostas, mas é improvável que lancem tantas políticas monetárias”, disse Yale Zhang, chefe da consultoria AutoForesight, de Xangai. “Medidas como cortes no imposto de compra, apoio aos mercados rurais e redução das restrições de compra de veículos novos de energia são razoáveis e teriam um impacto imediato”.

 

A Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis informou que as vendas de automóveis “definitivamente” se recuperarão em março e devem voltar ao normal no terceiro trimestre deste ano.

 

A associação também pediu às autoridades para melhorar a logística e apoiar a retomada da produção nas fábricas de Hubei, a província onde o surto começou e um importante centro de fabricação de automóveis responsável por quase 10% da produção da China.

 

Empresas no foco

 

Centro de uma pandemia de coronavírus, a província chinesa de Hubei divulgou uma série de medidas para apoiar o crescimento econômico local, informou o governo da província ontem.

 

Hubei vai expandir a emissão de títulos especiais este ano e visará a emissão de 30 bilhões de iuanes (4,29 bilhões de dólares) em títulos corporativos, informou o governo em comunicado. As instituições financeiras serão proibidas de pedir empréstimos sem uma boa razão, a fim de proteger as empresas que buscam reviver os negócios afetados pelo vírus. (O Estado de S. Paulo/Reuters)