Relatório da Fiat Chrysler aponta coronavírus como fator de risco a investidores

O Tempo 

 

As montadoras estão em estado de alerta quanto a epidemia do novo coronavírus (Covid-19) surgida na China e que agora se espalha pelo mundo. Em relatório voltado para os investidores nesta terça-feira (25), a Fiat Chrysler (FCA) cita a doença respiratória como fator de risco para seus negócios.

 

“O recente surto de coronavírus, um vírus que causa infecções do trato respiratório potencialmente mortais, originárias da China, podem afetar negativamente as condições econômicas regional e globalmente, além de perturbar cadeias de suprimentos e de outro modo impactar nossas operações”, descreve a FCA.

 

Fábrica parou na Sérvia

 

O documento relata a paralisação temporária da produção de veículos em uma das fábricas da marca, no Leste europeu, devido a interrupção do fornecimento de peças vindas da China. A planta que fica em Kragujevac, na Sérvia, produz o Fiat 500 L e está parada desde o último dia 14 e deve voltar a funcionar a partir de amanhã.

 

Apesar dos vários casos confirmados do coronavírus na Itália, por enquanto, nenhuma outra fábrica da FCA no mundo teve a produção interrompida por conta da doença.

 

“A gravidade do surto de coronavírus é incerta no momento e, portanto, não podemos prever o impacto que isso possa ter sobre nossos mercados e nossas operações; no entanto, o efeito em nossos resultados pode ser concreto e adverso”, conclui a montadora.

 

E no Brasil?

 

Até então, não se tem notícia de que a epidemia do coronavírus na China tenha causado impacto na produção das fábricas da marca no Brasil, em Betim (MG) e em Goiana (PE).

 

Em entrevista ao Super Motor há duas semanas, o presidente da FCA para América Latina, Antonio Filosa, destacou inclusive que o índice de nacionalização das peças dos modelos da Fiat feitos em Betim ultrapassava os 90%; em Goiana, chegava a 70%.

 

Apesar disso, segundo Filosa, parte dos componentes eletrônicos comprados por fornecedores da FCA utilizados nos modelos fabricados no Brasil, são feitos na China, e em outros países asiáticos como Taiwan e Hong Kong. (O Tempo/Igor Veiga)