Acea projeta queda de 2% no mercado automotivo europeu em 2020

AutoIndústria

 

A demanda por automóveis e comerciais leves na Europa este ano deverá ser 2%, de acordo com projeção da Acea, a associação que representa os fabricantes de veículos na região. Se a estimativa estiver correta, será a primeira queda nas vendas após uma série de seis anos consecutivos de crescimento.

 

A projeção foi anunciada por Mike Manley, presidente da Acea e CEO da FCA, durante coletiva de imprensa em Bruxelas, cidade sede da associação, na tarde de quarta-feira, 22. Na ocasião, o dirigente apresentou plano de enfrentamento das emissões de CO2, contribuição da indústria automotiva para o chamado Green Deal, acordo ambiental europeu que busca tornar a Europa neutra no impacto climático até 2050.

 

De acordo com Manley, a indústria e a economia da Europa lidam atualmente com diversas pressões. O representante da Acea enumera a desaceleração industrial global, as tensões comerciais entre os Estados Unidos e China, a própria economia chinesa em ritmo menor de crescimento, a saída do Reino Unido da União Europeia e os desafios ambientais.

 

Desafios ambientais

 

“Um dos maiores fatores de mudança para o nosso setor é a necessidade de lidar com as preocupações ambientais”, apontou o presidente da Acea em comunicado. “A boa notícia é que o transporte rodoviário neutro em carbono é possível”, e pondera: “No momento em que nossa indústria está intensificando os investimentos em veículos de emissão zero, o mercado deve contrair, não apenas na União Europeia, mas em todo o mundo. A transição para a neutralidade do carbono, portanto, precisa ser muito bem gerenciada pelos formuladores de políticas.”

 

De acordo com Manley, para obter melhores resultados é preciso que as regulamentações não exijam novas tecnologias específicas ou que proíbam veículos que possuem potencial para redução de CO2. Lembra ainda da necessidade urgente de uma rede de pontos de carregamento para elétricos, como mais uma das condições para alcançar os objetivos do pacto ecológico europeu.

 

Em nota, a Acea aponta que novas tecnologias de baixa emissão são cara e permanecerão assim no futuro próximo. Para garantir que os preços mais altos não desacelerem a renovação da frota, reivindica incentivos consistentes e economicamente sustentáveis ??para usuários de carros e veículos comerciais.

 

“Acreditamos que o transporte rodoviário e a mobilidade devem continuar a ser acessíveis a todos, independentemente de onde morem na Europa ou de seus meios financeiros”, afirma Manley. “Da mesma forma, o Green Deal da Comissão Europeia também deve ser usado como um meio para fortalecer a competitividade global de nossa indústria”. (AutoIndústria)