Mito ou verdade: a cor pode desvalorizar um carro?

Portal Bonde

 

Quando o assunto é cor no universo automotivo as possibilidades são inúmeras, embora algumas já tenham caído no gosto do público. De acordo com um estudo da PPG Industries, empresa de tintas e revestimentos, o branco é a tonalidade mais popular na América do Sul (36%), seguida pela prata (31%). Um dos maiores motivos para a escolha de tons neutros é o impacto no valor do carro na hora da venda.

 

Para entender se essa afirmativa é um mito ou verdade, a KBB Brasil preparou um estudo sobre o impacto da cor na desvalorização de um automóvel. A empresa utilizou como parâmetro o comportamento da cor branca, uma vez que foi uma das mais presentes no estudo e em mais tipos de pinturas – sólidas, metálicas e perolizadas. Por isso, representa a porcentagem média do impacto, ou seja, ao comparar um modelo nesta cor e o mesmo em outra, o dado positivo ou negativo determinará o valor em relação à tonalidade.

 

Na análise, foram identificados e considerados 9 grupos de pinturas: amarelo, azul, branco, cinza, marrom, prata, preto, verde e vermelho. Portanto, os tons próximos às tais matrizes ou com pouca amostragem foram incluídos em algum grupo próximo, são eles: laranja, rosa, dourado, bege, roxo, vinho e bronze. Já as demais, não estão inseridas no levantamento devido à baixa taxa de aderência.

 

Impacto da coloração

 

O levantamento contempla os segmentos compactos, médios e grandes entre automóveis de passeio e utilitários, além das desvalorizações por regiões. Uma das mais populares entre os carros vendidos no Brasil, a cor prata não surpreende e possui a maior presença nas amostras da análise. Porém, o tipo de pintura (sólido, metálico ou perolizado), ainda que cobrada como opcional pelas fabricantes, mostra que não influencia na perda de valor de um veículo.

 

Ao olhar para as categorias, nota-se que o impacto referente aos automóveis grandes é maior que a média nacional, como: o marrom valoriza em 1,7% e o vermelho 1,5%; já o verde e amarelo caem 3,5% e 4,4%, respectivamente.

 

As regiões brasileiras apresentam curiosidades sobre as tonalidades. No Nordeste, a cor preta impacta em 1,4% na desvalorização. Enquanto no restante do Brasil, o azul conta com a porcentagem de 0,9%, no Norte, o tom possui maior índice com 2,4% em queda. Já no Rio de Janeiro, a coloração dos taxis – amarelo – tende a impactar mais com taxa de 2,1%.

 

Quando o assunto é preço de carros, há duas metodologias para calcular a perda de valor: Desvalorização e Depreciação. Desvalorização é a comparação do preço atual de um veículo com os valores aplicados pelo mercado à mesma versão fabricada em anos anteriores. Já a Depreciação usa o valor do veículo 0 Km em um período determinado em relação a seu atual valor residual, sempre considerando o mesmo ano/modelo e sem o mesmo rigor de sua definição contábil, que tem regras muito estritas. Neste estudo, foi aplicado o conceito de desvalorização, levando em consideração todo o período de vida dos modelos analisados.

 

A KBB utiliza tecnologias de análise de dados e Big Data para produzir os levantamentos de precificação e desvalorização de veículos novos e usados. Os valores aqui presentes são gerados por meio de um complexo algoritmo, que analisa diversos fatores de comportamento do mercado automotivo brasileiro, além de seguir uma rígida análise de especialistas. A empresa atua com o propósito de conscientizar os consumidores na compra e venda de carros a partir da determinação de preços justos. (Portal Bonde)