O Estado de S. Paulo
Com poucas exceções, os indicadores econômicos da Região Sul têm sido melhores do que os das demais regiões do País, segundo o Boletim Regional Porto Alegre, do Banco Central (BC). O ritmo da atividade econômica no País é desanimador, mas os números divulgados pelo BC demonstram que as dificuldades afetam a Região Sul em escala bem menor.
O crescimento medido pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), por exemplo, atingiu 3,1% nos últimos 12 meses na Região Sul, porcentual que se aproxima do dobro do segundo melhor resultado (na Região Centro-Oeste, o IBCBr avançou 1,6%).
Em igual período, a produção física da indústria cresceu 6,5% no Sul, ao mesmo tempo que caía nas Regiões Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste e na média brasileira (-0,8%). Na Região Norte, houve um pequeno crescimento de 1,3%.
O volume de vendas do comércio ampliado (que inclui veículos, peças e material de construção) cresceu 4,8% em 12 meses na Região Sul, índice inferior apenas ao de 5,5% observado na Região Norte.
Item tão ou mais relevante que os demais, a taxa de desocupação na Região Sul medida pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi de 8% no segundo trimestre de 2019, muito inferior à média nacional de 12% e à das demais regiões, onde oscilou entre 10,3%, no Centro-Oeste, e 14,6%, no Nordeste.
Entre os piores indicadores da Região Sul está o da situação fiscal do Rio Grande do Sul, muito endividado (abaixo apenas do Rio de Janeiro, com base em dados de 2018), com vultoso déficit previdenciário e relação entre despesas de pessoal e receita líquida de 66,87%, ultrapassando muito os limites da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).
Além disso, o setor de serviços também mostrou pior desempenho na Região Sul.
Ao apresentar o relatório, em Porto Alegre, o chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, destacou o caráter heterogêneo do crescimento do PIB nas diversas regiões do País. A Região Sul se destaca, principalmente, em razão dos bons resultados das indústrias de máquinas, equipamentos e veículos. Em parte, os resultados se devem à qualidade da educação profissional. (O Estado de S. Paulo)