AutoIndústria
A redução do comércio internacional e os recentes sinais de recessão em alguns países de economia madura indicam o início de uma fase de enfraquecimento do mercado global de caminhões. A estimativa é da Carcon Automotive Agriculture baseada em estudo apresentado no Workshop Planejamento Automotivo 2020, realizado segunda-feira, 12, no WTC Events Center, em São Paulo
De acordo com a visão da consultoria, as tensões tarifárias entre os Estados Unidos e a China, os desdobramentos do Brexit, no Reino Unido, e as estimativas de crescimento menor da economia mundial compõem os principais fatores para que a demanda de caminhões acima de 6 toneladas diminua.
Os efeitos começam a se refletir no resultado já deste ano, com maior força no ano que vem. Segundo as estimativas, após um crescimento de 6 % em 2018, com 3,1 milhões de unidades entregues, 2019 deve encerrar com pouco mais de 3 milhões de veículos, em queda de 3,4%. Para 2020 se espera mais um declínio, da ordem de 3,6%, quando somará por volta de 2,9 milhões de unidades.
“Mercados com relações mais forte com a China e o risco de recessão em algumas economias promovem restrições financeiras, afetando investimentos e reduzindo as exportações globais”, retrata Carlos Reis, diretor presidente da Carcon. “América do Norte, Europa e Ásia deverão ser as regiões que puxam para baixo o desempenho”.
Neste ambiente pouco favorável, a América do Sul, com o mercado brasileiro impulsionando a demanda, se apresentará em movimento ascendente. Pelo estudo da consultoria, a região absorverá 113 mil caminhões em 2019, em alta de 30% sobre as 89 mil unidades acumuladas no ano passado, e alcançar 125 mil veículos em 2020, em mais uma alta acima de 10%.
Para o representante da Carcon, o desempenho da região carrega o otimismo gerado pelas reformas estruturais priorizadas pelo novo governo brasileiro, apesar da recessão persistente na Argentina.
No caso do Brasil, como motor para o desempenho na região, o consultor lembra ainda da nova fase da legislação ambiental do Proconve, mais um indicador de maior demanda no horizonte próximo. Em 2022, um ano antes de vigorar a lei, equivalente ao Euro 6, o mercado de caminhão na região, estimulado por antecipação de compra, deve chegar a 163 mil unidades. (AutoIndústria/Décio Costa)