Montadoras se unem em projeto de carro elétrico na África do Sul

UOL Economia/Bloomberg

 

Nissan Motor, BMW e Volkswagen estão entre as montadoras em negociações para trazer a revolução do carro elétrico para a África do Sul, já que montadoras no país correm o risco de ficar para trás na transição global para veículos mais ecológicos.

 

O setor prepara uma iniciativa unificada em eletrificação para apresentar ao governo até o fim do ano, disse em entrevista Mike Mabasa, presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Automóveis da África do Sul, ou Naamsa.

 

Entre os objetivos está convencer parlamentares a reduzir ou eliminar uma tarifa de importação de 23% sobre veículos elétricos para ajudar a aumentar as vendas domésticas, disse. Outro é a implantação de uma infraestrutura de recarga em um país onde o monopólio estatal de energia enfrenta profunda crise financeira.

 

Tomar medidas para aumentar a popularidade dos veículos elétricos na África do Sul é apenas uma parte da equação. O setor de automóveis responde por cerca de 7% da economia do país, segundo a Naamsa. O segmento é um dos aspectos mais positivos de uma economia que deve crescer menos de 1% pelo segundo ano consecutivo.

 

“O país precisa avançar e trazer novas tecnologias”, disse Mike Whitfield, presidente do conselho da Nissan para a região da África Austral. “O resto do mundo vai se mover muito rápido e, se não agirmos, ficaremos para trás”.

 

A África do Sul há muito tempo tem sido um hub de automação global, atraindo fábricas operadas por sete montadoras, como Toyota Motor e Isuzu Motors. No ano passado, as montadoras exportaram quase 210 mil carros para a Europa, onde a Volkswagen já reforma fábricas para produzir apenas carros elétricos. O volume representa pouco menos de um terço de toda a produção local e responde por 60% das exportações.

 

Até o momento, não há planos concretos para a fabricação de carros elétricos ou híbridos na África do Sul, mas, em 2018, governo e indústria concordaram em estender um programa de incentivo à produção, criando empregos e permitindo a fabricação local de modelos como o utilitário esportivo BMW X3 e a picape Novara, da Nissan.

 

Sob os termos do novo plano, as montadoras terão que mais que dobrar a produção anual para até 1,4 milhão de veículos até 2035, e isso não acontecerá sem carros elétricos, assim como gasolina ou diesel, segundo Mabasa, de Naamsa. (UOL Economia/Bloomberg/Prinesha Naidoo)