O Estado de S. Paulo
A perda de dinamismo do comércio exterior global ajudou a derrubar, em julho, tanto as exportações como o saldo da balança comercial do País (diferença entre exportações e importações). Com vendas externas de US$ 20,1 bilhões e compras de US$ 17,8 bilhões, o saldo comercial foi positivo em US$ 2,3 bilhões, 54,1% inferior ao do mês anterior e 40,8% menor que o de julho de 2018. Foi o resultado do mergulho das exportações, com média por dia útil de US$ 871,9 milhões, inferior em 14,8% à de julho de 2018 e em 8,1% à de junho deste ano.
Entre os únicos pontos positivos de julho está o aumento das exportações para os EUA e para os países do Oriente Médio. Entre os meses de julho de 2018 e de 2019, as vendas para os EUA aumentaram seu peso nas exportações totais de 10,7% para 13,3%, atingindo US$ 2,7 bilhões. Entre os primeiros sete meses de 2018 e de 2019, a participação das vendas para os EUA passou de 11,4% para 13,4%, chegando a US$ 17,4 bilhões. Isso ajuda a explicar o empenho em avanços no comércio bilateral, enfatizados pelo governo brasileiro durante a visita do secretário norte-americano de Comércio, Wilbur Ross, ao Brasil.
Em escala inferior à do comércio com os EUA, aumentou a participação das vendas para o Oriente Médio, de 4% para 5,6%, entre julho de 2018 e julho de 2019, e de 3,9% para 5,1%, entre os primeiros sete meses de 2018 e de 2019.
Pelo critério de fator agregado, caíram, entre julho de 2018 e julho de 2019, as exportações brasileiras de produtos básicos (-16,7%), manufaturados (-12,3%) e semimanufaturados (-4,6%). As quedas de básicos foram lideradas por petróleo bruto, soja em grão e farelo, minério de cobre, carnes de frango e bovina. Também caíram as vendas de motores e turbinas de aviação, veículos de carga, autopeças, suco de laranja e automóveis de passageiros, além de celulose, açúcar em bruto e semimanufaturados de ferro e aço.
O recuo das exportações para a China, para o Mercosul e para a América Central e Caribe foi relevante para a piora do comércio exterior. É provável uma recuperação nos próximos meses, mas os dados de julho bastam para afetar a conta corrente do balanço de pagamentos. Em 12 meses, até julho, o saldo comercial foi de US$ 52,5 bilhões, 10,1% menor que o dos 12 meses anteriores, pelo critério de média diária. (O Estado de S. Paulo)