O Estado de S. Paulo
A melhora do mercado residencial de imóveis constatada em levantamentos do sindicato da habitação (SecoviSP) parece se confirmar nas pesquisas Sondagem da Indústria da Construção da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e Sondagem da Construção da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Depois de um longo período de agruras, que deixou grande parte das empresas em situação difícil, está em curso uma recuperação do setor, mas a maioria dos índices ainda está no campo negativo.
Segundo a CNI, cresceram entre fevereiro e junho os índices de evolução do nível de atividade e do emprego, mas os indicadores ainda são inferiores à marca de 50 pontos que separam os campos positivo e negativo. O nível de atividade em relação ao usual ainda é baixo e a demanda é fraca.
Nas pesquisas da FGV os indicadores também estão no campo negativo, mas a coordenadora de Projetos da Construção da FGV Ibre, Ana Maria Castelo, é otimista: “O segundo semestre começa com alta da confiança, a segunda consecutiva, refletindo uma melhora no ambiente de negócios corrente e expectativas de curto prazo mais favoráveis”.
Para a melhora contribuíram, segundo a FGV, a perspectiva de aprovação da reforma da Previdência e a retomada das obras do programa Minha Casa Minha Vida. Estas dependem de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), que, em pequena parte, serão liberados para o consumo.
As empresas da construção civil têm tomado mais crédito para investir, o que é bom sinal. Mas o que começa a se destacar são as vendas de imóveis usados, que antecedem a aquisição de novos. O horizonte parece estar menos nublado, o que se confirma pelas expectativas quanto ao futuro apuradas pela CNI e pela FGV.
Em 2018, a oferta de crédito imobiliário foi estimada em R$ 117 bilhões pela Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip), com base em dados próprios, do Banco Central e da Caixa Econômica Federal (CEF). Para este ano, a expectativa é de que a oferta de crédito cresça 13%, para R$ 132 bilhões, sendo R$ 75 bilhões dos agentes do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), que operam as cadernetas de poupança, 31% mais do que em 2018, e R$ 57 bilhões do FGTS, 4% menos do que no ano passado. (O Estado de S. Paulo/Celso Ming)