Prefeito de SBC fala em acionar Justiça no caso do fechamento da fábrica da Ford

DCI/Agência Estado

 

O prefeito de São Bernardo do Campo, Orlando Morando, está disposto a acionar a Justiça no caso do fechamento da fábrica da Ford na cidade do ABC paulista, caso a estratégia do governo do Estado em encontrar um comprador para o parque fabril até o fim deste ano não se concretize.

 

“A ideia de vender a fábrica para outra empresa do setor é uma das ideias, mas não quer dizer que será a única”, disse. “Se isso não se viabilizar, vou buscar todos os mecanismos de proteção para garantir os empregos, inclusive com apoio da Justiça se for necessário”, declarou Morando em entrevista nesta manhã à Rádio Eldorado.

 

Para Morando, “não se pode adotar uma medida desta magnitude sem nenhum tipo de preocupação social”. “É preciso que haja um plano de desmobilização”, disse o prefeito de São Bernardo. Ele afirmou ter entrado com duas representações, uma no Ministério Público do Trabalho e outra na Procuradoria do Município, para avaliar alternativas.

 

Além da possibilidade de acionar a Justiça, Morando explicou que há um esforço conjunto para evitar o fechamento da fábrica. “Tenho falado diariamente com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, o Wagnão Wagner Santana, cada um buscando mecanismos e compartilhando informações”, disse. O prefeito informou ainda que terá uma reunião com o Consulado dos EUA em São Paulo e pretende “construir uma agenda em Brasília” com o ministro da economia, Paulo Guedes, e com o presidente Jair Bolsonaro.

 

O encerramento de postos de trabalho é a principal dificuldade a ser imposta por um eventual fechamento da fábrica, mais do que a perda de arrecadação, apontou o prefeito. “Um estudo do Dieese aponta o impacto indireto em 24 mil postos de trabalho. É trágico, pois tem toda uma cadeia produtiva na sequência de uma montadora como esta”, contextualizou.

 

“A perda de receita destes trabalhadores tem um impacto extremamente agressivo na economia da cidade”, declarou Morando. Ele citou como exemplo a possibilidade de queda da demanda por consumo e impactos imediatos nos sistemas públicos de saúde e ensino.

 

Morando afirmou que 3 mil trabalhadores da Ford correm risco de perder o emprego. Na última quinta-feira, 21, em coletiva de imprensa no Palácio dos Bandeirantes, entretanto, o número citado era de 2 mil.

 

“Sequer sei se os prejuízos que eles Ford alegam são verdadeiros, não me cabe avaliar. Não se pode transferir esta responsabilidade exclusivamente para os trabalhadores e para São Bernardo”, concluiu Morando. (DCI/Agência Estado)