Crise na Ford será discutida no Palácio dos Bandeirantes

AutoIndústria

 

O anúncio de fechamento da fábrica da Ford de São Bernardo do Campo, SP, anunciada na terça-feira, 19, está mobilizando a comunidade do ABC paulista, tradicional berço da indústria automotiva nacional e que ainda hoje tem grande parte de sua economia movimentada pela produção do setor.

 

A Prefeitura de São Bernardo do Campo confirmou no início da noite desta quarta-feira, 20, que o prefeito Orlando Morando agendou encontro com o governador de São Paulo, João Doria, para quinta-feira, 21, às 10h, no Palácio dos Bandeirantes, quando será discutida o fechamento da fábrica da Ford no município.

 

Segundo nota distribuída pela Prefeitura de São Bernardo, o presidente da Ford na América do Sul, Lyle Watters, também participará da reunião. “Será abordada na ocasião toda a situação em torno da montadora e as primeiras medidas de viabilidade para reverter a decisão de fechamento da fábrica, anunciada pela empresa”, informa a prefeitura.

 

Além da Ford, também a General Motors, que tem fábrica em São Caetano do Sul, na mesma região, vem alegando prejuízos e chegou a ameaçar abandonar suas operações no País.

 

Em comunicado distribuído pela Ford na terça-feira, 19, Lyle Watters, comentando sobre a decisão de fechar a fábrica e suspender a produção de toda a sua linha de caminhões e também do Fiesta, destacou saber que “tal decisão terá um impacto significativo sobre os nossos funcionários de São Bernardo do Campo e, por isso, trabalharemos com todos os nossos parceiros nos próximos passos”.

 

Mas nada foi detalhado sobre os citados próximos passos. Trabalham hoje na Ford de São Bernardo, segundo dados do sindicato local, 2,8 mil trabalhadores com carteira assinada e 1,5 mil terceirizados. Estima-se que além da perda desses empregos, o fechamento da fábrica vai ameaçar outros 24,5 mil trabalhadores da cadeia automotiva, incluindo concessionárias e fornecedores.

 

A Ford, que comemora em 2019 o aniversário de 100 anos de Brasil, iniciou suas atividades em São Bernardo do Campo em 1967, quando adquiriu a unidade da Willys Overland do Brasil localizada no bairro do Taboão. A primeira linha de montagem no País foi erguida no centro de São Paulo, em abril de 1919. (AutoIndústria/Alzira Rodrigues)