O Estado de S. Paulo
A Volkswagen lançou nesta terça-feira, 19, em sua fábrica de São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, o T-Cross, modelo SUV que a montadora espera que ajude a levá-la de volta à liderança do mercado nacional de veículos (hoje, a companhia está em segundo lugar, atrás da GM).
A fabricação do veículo fez a montadora chamar de volta ao trabalho 500 trabalhadores que estavam em regime de “lay-off” (suspensão temporária do contrato de trabalho), a partir de abril.
VW T-Cross
O veículo, que é 70% nacionalizado, foi lançado no 20.º aniversário da planta de São José dos Pinhais. A montadora já deu início à pré-venda. Os carros custarão entre R$ 84,9 mil (T-Cross 200 TSI manual) e R$ 109,9 mil (T-Cross Highline 250 TSI automático).
O novo Volkswagen entra em um mercado que tem sido dominado pelos modelos Hyundai Creta, Nissan Kicks, Jeep Renegade e Honda HRV.
Segundo o presidente da Volkswagen América Latina, Pablo Di Si, a aposta está relacionada ao crescimento deste segmento no País. “O mercado de SUVs é o que mais cresce, com alta de 22,1% em 2018, enquanto outros cresceram 10,6% no mesmo período”, disse. Os SUVs (utilitários leves) hoje dominam 23% das vendas de veículos no País.
Pré-venda
O T-Cross deve chegar às lojas a partir de abril, enquanto quem comprar pela pré-venda já receberá o veículo na primeira quinzena de março. O executivo disse que fez pesquisas para entender o que o público de SUVs deseja – e lembrou que a categoria concentra a preferência do público feminino.
Segundo Di Si, um acordo entre montadora, Estado do Paraná (que abriu mão de parte do ICMS) e sindicato dos funcionários (que aceitou um acordo de suspensão de contratos de trabalho) viabilizou os novos investimentos – o projeto do T-Cross vai consumir cerca de R$ 2 bilhões.
O projeto motivou a retomada do segundo turno na fábrica e o retorno de 500 empregados que estavam em lay-off. Agora, a empresa tem 2,6 mil funcionários na unidade paranaense. A Volkswagen irá lançar vinte novos modelos no Brasil até 2020, sendo cinco SUVs, equivalentes a investimentos de R$ 7 bilhões.
Fim de disputa entre montadora e sindicato
Com a produção do novo veículo, pode chegar ao fim uma disputa antiga entre a Volkswagen e o Sindicato dos Metalúrgicos de Curitiba e da Região Metropolitana, iniciada em 2014, quando a empresa encerrou o terceiro turno e iniciou uma campanha de demissão voluntária.
Segundo a assessoria do sindicato, de 2014 a 2016 entrou em ação um processo de lay-off com limite de até cinco meses e depois, até 2018, de até oito meses.
Na época do anúncio do T-Cross, há dez meses, criou-se a possibilidade do retorno desses empregados, que chegam a 600, ao chão de fábrica. Com o lançamento do carro nesta terça-feira, o retorno de 500 empregados e a abertura do segundo turno, o acordo começa a ser cumprido. Além disso, a montadora tem o compromisso de lançar um novo produto em um período breve. (O Estado de S. Paulo/Julio Cesar Lima)