Governo sinaliza que manterá placa Mercosul; medida representa recuo do presidente

Diário do Transporte

 

Após afirmar alto e bom som que iria acabar com as novas placas padrão Mercosul, o presidente Jair Bolsonaro deve protagonizar mais um recuo.

 

Isso caso se concretizar a intenção do Ministério da Infraestrutura, que pretende não apenas manter o novo sistema de identificação, como ainda ampliar o seu uso e melhorar o nível de segurança das informações.

 

Em uma entrevista no dia 5 de novembro de 2018, Bolsonaro afirmou que faria o que pudesse para frear a implementação das novas placas, o que, segundo ele, estaria “ausente de suas prioridades”.

 

Falando à Rede Bandeirantes, o presidente logo após ter sido eleito afirmou: “Essas placas não são de interesse nacional (…) No que depender de mim, vamos colocar um ponto final nisso se houver uma forma legal e se realmente for a melhor opção”. Relembre: Bolsonaro afirma que é contra sistema que unifica placas no padrão Mercosul

 

A placa padrão Mercosul já está presente em sete estados: Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Amazonas, Bahia, Espírito Santo e Rio Grande do Norte, com quase 1 milhão de veículos no país já rodando com a nova identificação.

 

A obrigatoriedade da medida em todo o território nacional estava prevista para vigorar em dezembro do ano passado, e acabou adiada para o dia 30 de junho deste ano.

 

Como motivações para o adiamento da obrigatoriedade do início da medida foram citadas a necessidade de um maior prazo para integrar o banco de dados dos Detrans à base nacional do Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), e a falta de matéria-prima para a confecção das novas placas.

 

No entanto, a placa Mercosul permanecerá, possivelmente com alterações de segurança, conforme sinalizou o Ministério da Infraestrutura.

 

Questionado pelo portal UOL, o ministério da Infraestrutura confirmou que segue normalmente trabalhando com a implantação das placas no padrão Mercosul:

 

“Estudos estão em curso quanto às características da placa e do sistema desenvolvido para a sua emissão (…). É importante destacar que, muito mais do que adequação ao padrão Mercosul, a equipe técnica está buscando identificar questões de segurança na identificação do veículo, por meio da placa, a fim de reduzir os riscos de clonagem de veículos”. (Diário do Transporte/Alexandre Pelegi)