Titã das montadoras, Ghosn renuncia a cargos na Renault e perde seu último posto de comando

O Globo/Agências Internacionais

 

O executivo brasileiro Carlos Ghosn demitiu-se da montadora francesa Renault, informou o ministro das Finanças da França, Bruno Le Maire, à Bloomberg Television em entrevista no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça. Por duas décadas, Ghosn se destacou na indústria automotiva global. Seu mandato no topo da Renault, no entanto, terminou de forma mais humilde, em uma cela apertada na periferia de Tóquio.

 

“Carlos Ghosn renunciou na noite passada” disse Le Maire.

 

Na quarta-feira, a emissora pública de televisão do Japão, NHK, informou que o executivo franco-brasileiro, de 64 anos, estaria considerando a possibilidade de renunciar aos cargos de presidente do conselho e CEO da Renault . Ghosn está detido em Tóquio há mais de dois meses, devido a uma série de supostas irregularidades financeiras. Seu segundo pedido de liberdade foi negado por um tribunal de Tóquio nessa terça-feira. Ele ficará sob custódia da Justiça do Japão por mais dois meses. A defesa do empresário promete apelar.

 

A notícia surge no momento em que o Conselho de Administração da montadora francesa se prepara para realizar, nesta quinta-feira,  uma reunião para escolher o substituto de Ghosn, em um movimento que poderia ajudar a aliviar as tensões com a parceira Nissan após a prisão de Ghosn no Japão por suposta má conduta financeira.

 

Escolha de sucessores

 

A reunião terá início às 9h (horário de Brasília) e considerará a proposta de nomeação do presidente da Michelin, Jean-Dominique Senard, para a presidência da montadora francesa, e do vice-presidente Thierry Bollore como diretor-executivo, que tem exercido o cargo provisoriamente, segundo informaram três fontes ligadas ao assunto à Reuters. (O Globo/Agências Internacionais)