Avanço comercial entre EUA e União Europeia impulsiona ações

G1 Globo/Reuters

 

Os mercados de ações europeus saltavam nesta quinta-feira (26), depois de um avanço nas negociações comerciais entre os Estados Unidos e a União Europeia e um aumento nas ações de automóveis, ao mesmo tempo em que o mercado também digeria várias divulgações de resultados de empresas.

 

Às 7h58 (horário de Brasília), o índice FTSEEurofirst 300 subia 0,4%, a 1.522 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhava 0,4%, a 389 pontos. O DAX alemão, que está sob pressão com a incerteza sobre as relações comerciais mundiais, subia 1,13%.

 

Guerra comercial: entenda a tensão entre EUA e outras potências

 

Na reunião da véspera entre Donald Trump e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, o presidente dos EUA concordou em não impor tarifas sobre automóveis europeus, enquanto os dois lados tentam romper outras barreiras comerciais, diminuindo a ameaça de um conflito comercial transatlântico.

 

“Nós concordamos, antes de mais nada, a trabalhar juntos em busca de zerar as tarifas, zerar as barreiras não tarifárias, e zerar os subsídios em produtos industriais não-automotivos”, disse na véspera Trump a repórteres na Casa Branca, ao lado de Juncker.

 

As montadoras europeias registravam os maiores ganhos, subindo até 1,7%. O setor foi duramente atingido, com ameaças tarifárias forçando os fabricantes de automóveis de ambos os lados do Atlântico a cortar sua orientação.

 

Ontem, quinta-feira (26), o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, disse que o acordo é “um bom sinal” porque mostra “a disposição para discutir assuntos de comércio em um entorno multilateral”.

 

Contudo, o ministro francês de Economia, Bruno Le Maire, expressou nesta quinta-feira desconfiança com relação ao acordo comercial. Ele insistiu que essas discussões não podem se desenvolver “sob pressão” e só a partir de “bases claras”.

 

Entenda a tensão comercial com os EUA

 

As sobretaxas sobre a importação de aço e alumínio impostas pelos EUA em março inflamaram vários participantes do comércio internacional, mas a medida acertou em cheio setores de grande visibilidade como o automotivo, que desempenham um papel estratégico nas economias europeias e entre os próprios parceiros comerciais dos EUA, representados pelo Nafta (os vizinhos Canadá e México).

 

A tensão aumentou depois que Trump decidiu suspender a isenção da UE e do Nafta à cobrança das tarifas, há dois meses. Em resposta, os europeus impuseram tarifas sobre o equivalente a € 2,8 bilhões de produtos importados dos Estados Unidos, como jeans, bourbon ou motocicletas.

 

A Comissão Europeia também anunciou impostos adicionais, em torno de 25%, a uma lista de produtos fabricados nos EUA submetida à Organização Mundial do Comércio (OMC), que inclui produtos agrícolas (como arroz, milho e tabaco), produtos siderúrgicos, veículos (motos, barcos) e têxteis.

 

As regras da OMC permitem que a UE introduza tarifas correspondentes em valor aos danos causados ​​pela decisão dos EUA sobre suas exportações de aço e alumínio para os Estados Unidos, que totalizaram € 6,4 bilhões em 2017. Mas a UE decidiu exercer inicialmente seus direitos sobre € 2,8 bilhões de produtos americanos. (G1 Globo/Reuters)