Nissan admite que testes de emissão de poluentes foram falsificados

O Globo/Agências Internacionais

 

A montadora japonesa Nissan admitiu ontem que testes de emissão de poluentes foram falsificados em cinco de suas fábricas no Japão. Os problemas na medição da emissão de poluentes e da economia de combustíveis foi identificada no exame de 19 modelos. A montadora não informou, no entanto, o número de veículos envolvidos.

 

Em 2016, a montadora foi multada pelo Ministério de Meio Ambiente da Coreia do Sul em 330 milhões de wons coreanos (US$ 280 mil), sob acusação de que teria manipulado dados de emissão de poluentes da versão a diesel do utilitário esportivo Qashqai.

 

No ano passado, a empresa admitiu que inspetores não autorizados haviam certificado carros produzidos para seu mercado doméstico – o que levou a um recall de 1,2 milhão de automóveis. A manipulação dos dados de emissões foi descoberta justamente quando a Nissan realizava uma verificação interna sobre os funcionários que estavam fazendo a inspeção final dos veículos.

 

De acordo com a montadora, o incidente não vai levar a um recall porque, apesar dos números diferentes, os veículos atendem às especificações presentes em catálogo tanto para emissões quanto para gasto de combustível.

 

Durante as verificações, a empresa descobriu que os funcionários estavam indicando de maneira incorreta a temperatura e a umidade na câmara de testes, e que eles manipulavam os dados de emissão de monóxido de carbono e de dióxido de carbono. A Nissan contratou um escritório de advocacia para investigar o caso mais a fundo.

 

Ações em queda

 

As ações da Nissan na Bolsa de Tóquio caíram 4,6% ontem, a maior queda desde novembro de 2016 antes de a empresa fazer uma entrevista coletiva. Depois, recuperou-se levemente e encerrou com perda de 4,56%.

 

Em junho, o presidente-executivo da Audi, Rupert Stadler, foi preso. Ele é suspeito de estar envolvido no caso dieselgate, sobre o escândalo de manipulação de testes de emissões de poluentes por carros da montadora, que é do Grupo Volkswagen.

 

O escândalo do dieselgate eclodiu em setembro de 2015, quando a agência americana de proteção ao meio ambiente, a EPA, acusou a Volkswagen de ter equipado 11 milhões de seus veículos a diesel, quase 600.000 deles nos Estados Unidos, com um dispositivo capaz de falsificar o resultado dos testes antipoluição e de dissimular emissões que às vezes eram até 40 vezes superiores aos limites autorizados. O escândalo acabou envolvendo outras marcas do grupo, incluindo a Porsche, de modelos de luxo.

 

A Nissan não é a única montadora japonesa a admitir falhas. Em 2016, a Mitsubishi reconheceu ter manipulado dados de consumo de combustível de todos os seus modelos para o mercado japonês. No mesmo ano, a Suzuki que usou métodos que não respeitam as regulações do Japão para determinar a eficiência no consumo de combustíveis em 2,1 milhões de carros, de 16 modelos – mas negou manipulação. (O Globo/Agências Internacionais)