DCI
Depois de ter avançado 0,37% em outubro, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) voltou a crescer em novembro, ao registrar expansão de 0,49%, em relação ao mês imediatamente anterior (na margem).
O resultado veio acima das expectativas dos especialistas entrevistados, que projetavam, em média, alta de 0,40%. O economista da GO Associados, Luiz Fernando Castelli, afirma que o número positivo de novembro reflete o avanço disseminado entre os principais segmentos da economia brasileira.
Enquanto os serviços registraram crescimento de 1% na margem naquele mês, o comércio varejista expandiu 0,7%, enquanto a produção industrial subiu 0,2%.
Castelli destaca que o período de descontos da Black Friday impulsionou o dado do varejo em novembro. O evento fez com que os consumidores antecipassem as compras de Natal, geralmente realizadas em dezembro.
Por isso, Castelli destaca que o comércio pode vir um “pouco negativo” no consolidado do mês passado, resultando em um IBC-BR “não tão favorável” como o verificado em novembro.
Por outro lado, ele espera um crescimento maior da produção industrial em dezembro, na esteira do bom desempenho das exportações, especialmente as de automóveis para os países vizinhos (como a Argentina).
Casttelli projeta algum crescimento na produção de bens duráveis voltada para o mercado interno, a partir da recuperação da confiança das famílias brasileiras.
As projeções do economista da GO Associados para o Produto Interno Bruto (PIB) do quarto trimestre é de alta de 0,4% em relação ao terceiro. O setor agropecuário deve ter queda de 1,5% no período, enquanto para a indústria (+0,6%) e os serviços +0,4%, a previsão é de expansão.
Pelo lado da demanda, Castelli calcula alta de 0,6% no consumo das famílias e de 1% na Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF, investimentos).
Fundamentos
Já a economista da Tendências Consultoria, Alessandra Ribeiro, prevê crescimento, na margem, de 0,2% no PIB do quarto trimestre, mas com viés de alta, após os resultados positivos sinalizados pelo IBC-BR. Para ela, os dados de atividade econômica estão reforçando uma expansão mais consistente do PIB nos próximos meses.
A expectativa de Ribeiro é que a economia cresça 1% em 2017 e mais 2,8% este ano. “Se não fosse a volatilidade esperada com o cenário eleitoral, poderíamos ter um crescimento acima de 2,8%”, destaca.
A economista acrescenta que há “bons fundamentos” por trás do avanço do consumo, como a trajetória de recuo da taxa de desemprego, aumento da ocupação, da renda e do crédito para a pessoa física, além da confiança em alta, muitos destes ajudados pela queda da inflação e dos juros.
Nas projeções da Tendência, a ocupação deve registrar elevação de 0,3% em 2017 e de 2,4% em 2018, o que significa que cerca de 2 milhões de postos de trabalhos tendem a ser gerados este ano no setor privado, a maioria, porém, sem carteira assinada.
Indicador em alta
Outros indicadores mostraram trajetória de alta na atividade de novembro. O indicador de atividade econômica da Serasa Experian, divulgado ontem, registrou crescimento de 0,2% naquele mês, ante outubro e de 2,1%, em relação a novembro de 2016. A variação acumulada nos 11 meses do ano passado é de 0,9%.
O PIB mensal Itaú Unibanco, por sua vez, avançou 0,6% ante em novembro, ante igual mês de 2016, e registrou crescimento de 2,2%, em relação a outubro com impacto positivo de indústria e do varejo. (DCI/Paula Salati)