Setor automotivo está otimista e prevê acabar com déficit de vagas

Jornal de Jundiaí

 

Nos últimos quatro anos, a indústria metalúrgica na Região de Jundiaí perdeu mais de 2 mil vagas de emprego, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No ano passado, o setor começou a se recuperar com saldo positivo, até novembro, de 76 postos de trabalho. A melhora já reflete o crescimento da indústria automotiva, que no ano passado teve aumento de 25,2% no País. O setor espera ainda que a produção de veículos cresça mais 13,2% este ano, de acordo com estimativa da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Os números animam as entidades ligadas ao setor. Os mais otimistas esperam, inclusive, zerar o déficit de empregos no setor.

 

Para a vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Jundiaí, Várzea e Campo Limpo Paulista, Rose Prado, o crescimento traz de volta a esperança de retomada do setor. Segundo ela, a melhora começou a ser sentida no segundo semestre de 2017, com algumas contratações da indústria. “Esperamos que as contratações continuem no decorrer deste ano, e que o déficit de empregos no segmento seja extinto”, destaca.

 

Ela reforça ainda que o otimismo é geral, em todos os segmentos. “O setor automotivo sempre impulsiona os demais setores, mas o governo tem que criar mecanismos de preservação da indústria nacional. Ainda temos uma fatia significativa de importação de autopeças e o governo deveria criar incentivo para produzirmos internamente e assim gerar empregos interno”, pondera. “De qualquer forma, estamos otimistas. Quando o trabalhador tiver emprego pode voltar a consumir e assim impulsionar a economia”.

 

Segundo a Anfavea, a produção de veículos no País cresceu 25,2% no ano passado em comparação a 2016. “É um número melhor que 2016 e melhor que 2015, mas ainda com um milhão de unidades a menos do melhor ano que foi 2013 – quando se produziram 3,713 milhões de unidades. Mas é positivo que a gente volte a produzir. A capacidade ociosa do setor ainda é elevada”, disse Antonio Carlos Botelho Megale, presidente da Anfavea.

 

Fabricantes

 

De acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), os fabricantes de autopeças também projetam produzir e exportar mais neste ano. Se a tendência se confirmar, prevê a entidade, a indústria do setor terá a melhor receita desde 2013.

 

A expectativa do Sindipeças é de faturamento de R$ 82,6 bilhões este ano, crescimento de 7,4% em relação a 2017. “Superar os R$ 80 bilhões é uma boa aceleração em relação ao que prevíamos até o primeiro semestre do ano passado”, diz o presidente da entidade, Dan Ioschpe, que destaca o incremento das exportações como uma das bases do crescimento neste ano.

 

As projeções do Sindipeças também preveem aumento no número de postos de trabalho no setor. Conforme relatório de desempenho da indústria, depois de três anos de resultados negativos, no ano passado o segmento criou 1,5% mais vagas. Para este ano, a perspectiva é de crescimento de 5%. (Jornal de Jundiaí)