Montadoras chamam trabalhadores afastados durante a crise de volta

G1/Jornal Nacional

 

No ABC Paulista, as montadoras estão levando de volta para as fábricas trabalhadores que tinham sido afastados durante a crise.

 

Este vai ser um fim de ano bem mais animado na casa do Wellington. Ele ficou cinco meses com o contrato suspenso na montadora, uma das maiores da região do ABC Paulista. Foi chamado de volta junto com 120 colegas e desde então não parou de trabalhar.

 

“Isso deixa a gente mais aliviado ainda, hora extra, produto novo chegando então é um alívio bem grande”, disse o montador Wellington Freitas.

 

Além de trazer de volta os trabalhadores que estavam afastados, a montadora ainda teve que contratar mais gente para dar conta do aumento de produção. No chão da fábrica agora trabalham 170 novos funcionários. Folga? Nem pensar. Desde novembro, todo mundo trabalha aos sábados também. E as férias coletivas, neste fim de ano, vão ter uma semana a menos.

 

As exportações da fábrica cresceram 40% em 2017 e as vendas lá dentro também melhoraram, diz o presidente da companhia.

 

“Hoje nós estamos trabalhando com um turno. Felizmente hoje esse turno está cheio, mas a gente gostaria muito de entrar no segundo turno e aí com isso dobrar a nossa capacidade. Então estamos felizes com a melhoria, mas ainda temos muito para crescer”, declarou o presidente da Mercedes-Benz do Brasil.

 

Tem mesmo. As montadoras no Brasil ainda estão com 50% de capacidade ociosa, mas as máquinas, aos poucos, voltam a funcionar. Em março de 2016, quase 40 mil metalúrgicos estavam afastados ou com licença remunerada, ou dentro do programa de proteção ao emprego patrocinado pelo governo federal. Hoje, esse número caiu para menos de 3.400 funcionários.

 

Uma montadora de caminhão, que também fica no ABC Paulista, empregou 500 novos trabalhadores de maio para dezembro. A Juliana, que trabalhou lá com contrato temporário, foi chamada de novo.

 

“Aumentou bastante a produção, o que a gente pode observar tanto no mercado interno, que é o Brasil, quanto a exportação, então para gente é muito legal”, contou a técnica em montagem Juliana Bezerra.

 

A volta dos metalúrgicos às fábricas também é um alívio para o comércio em torno das montadoras.

 

“Eles pedem muitas coisas, entrega lá para eles, vem um pouco para cá, entrega pizza, baguete, refeições, lanches. Então melhorou sim”, contou o gerente da padaria, Marcelo Batista. (G1/Jornal Nacional)