Gasolina, etanol, eletricidade: conheça prós e contras dos combustíveis automotivos

Garagem 360

 

Seis tipos combustíveis são ativamente usados em veículos nos dias atuais e muito se discute no que se refere à escolha do menos nocivo ao meio ambiente. Até novembro deste ano, houve quase três milhões de novos emplacamentos em carros, de acordo com a Fenabrave (Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores). Considerando que os veículos são emissores de gases poluentes, é possível atrelar, em boa parte, os danos à atmosfera provindos dos meios de transporte urbano.

 

O Garagem360 conversou com o professor Renato Romio, chefe da divisão de motores e veículos do Centro de Pesquisas do Instituto Mauá de Tecnologia para entender quais os prós e contras de cada combustível automotivo.

 

Gasolina

 

Segundo o professor, a principal vantagem desse combustível é a sua densidade energética. “A capacidade de aproveitamento, por litro, é boa, fazendo com que não precise de muita quantidade para rodar.”

 

Entretanto, ele alerta para as desvantagens, que se concentram na não sustentabilidade do produto (por ser fóssil) e na emissão de gases poluentes na combustão. “É emitido muito CO2 (dióxido de carbono) na atmosfera e isso contribui para o aquecimento global.”

 

Romio explica também que “o monóxido de carbono é liberado pelo motor dos veículos”, completando sobre esse segundo componente liberado. Ele afirma que o monóxido de carbono evapora cerca de 100km após liberado, classificando-o como poluidor localizado.

 

Etanol

 

No caso do etanol, a sua origem é o álcool, derivado da cana de açúcar. Do ponto de vista ecológico, a grande vantagem para Romio é a recaptação do CO2 feita pela própria plantação da espécie de gramínea. “Até por isso que chamam esse combustível de renovável.”

 

Como desvantagem, o etanol possui menor densidade energética, o que faz com o que os veículos necessitem de maior quantidade do combustível para rodar a mesma distância com gasolina, por exemplo.

 

Gás Natural

 

Encontrado no subsolo terrestre, em rochas porosas, o GNV (Gás Natural Veicular) é uma das opções mais populares entre os combustíveis menos poluentes. De acordo com a BR Petrobras, a emissão de monóxido de carbono pelo GNV é baixa e também não possui enxofre em sua composição, um dos itens responsáveis pela chuva ácida nas cidades.

 

O professor concorda que esse combustível é um dos mais fáceis para atender às delimitações do Proconve (Programa de Controle de poluição do ar por Veículos Automotores) quanto à emissão de gases nocivos ao meio ambiente. Entretanto, ele alerta para a instalação do Kit Gás, necessário para utilizar o GNV. “Para ser feito de forma correta, é necessário trabalho de engenharia para, por exemplo, mapear a entrada do gás no motor”, explica dizendo também que esse é um dos fatores que faz com o que a emissão de poluentes seja, de fato, menor.

 

Diesel

 

Também derivado de material fóssil, o diesel ganha em eficiência energética, o que torna o veículo econômico. Para Romio, esse é um dos motivos que o auto transportes urbanos são abastecidos com tal combustível.

 

Do ponto de vista ambiental, o diesel libera, na combustão, óxido de nitrogênio. O composto químico é um dos responsáveis para o efeito estufa no planeta.

 

Eletricidade

 

A grande vantagem desse combustível é a eficiência energética que, segundo Romio, chega a ser três vezes mais em comparação à gasolina. O professor também destaca a drásticas diminuição dos poluentes locais.

 

A desvantagem fica por conta da produção de bateria e a modo de produção da energia elétrica. “O item que segura a eletricidade é poluente ao meio ambiente. E, na China, por exemplo, a energia elétrica vem do carvão, item que contribui para o acúmulo de poluentes na atmosfera.”

 

Biodiesel

 

Derivado de óleos vegetais e gorduras animais, para Romio, o CO2 emitido na combustão é recuperado pela plantação do grão que o produz, como no caso do etanol. Contudo, o professor afirma que na Europa, por exemplo, há uma limitação para o uso do combustível. “Eles têm um problemas geográficos para plantação, logo a produção de biodiesel é cara. No entretanto, o Brasil se beneficiou do combustível, uma vez que houve investimentos no setor do plantio.”

 

Por fim, o professor acredita que a população ainda se preocupa bastante com a questão financeira. “As pessoas pensam no meio ambiente até o momento que atinge seus bolsos e, em geral, esses carros são caros.” Romio aposta em dois modelos para o futuro: o carro híbrido flex e os veículos alimentados por etanol. (Garagem 360/Thalita Ribeiro)