O Estado de S. Paulo
O crescimento da produção da indústria automobilística ao longo deste ano é vigoroso e reforça as projeções da entidade que representa as montadoras, a Anfavea, de que os resultados de 2018 serão ainda melhores. A produção de novembro alcançou 249,1 mil unidades, com alta de 15,2% sobre o resultado de um ano antes. Embora tenha sido 0,3% menor do que o de outubro, o volume produzido no mês passado é o melhor para o mês de novembro desde 2014. Foi esse o ano em que começou a crise da qual o País está saindo, como evidenciam dados recentes sobre produção, especialmente da indústria. Os números divulgados pela Anfavea fortalecem as avaliações segundo as quais a indústria de transformação está se recuperando com grande vigor de uma longa crise.
Com o resultado do mês passado, a produção do ano já alcança 2,486 milhões de unidades, com aumento de 27,1% sobre a produção de janeiro a novembro do ano passado. Para todo o ano, a projeção da Anfavea é de crescimento de 25,2%, com 2,7 milhões de unidades fabricadas.
Juros em baixa, desemprego em queda – embora ainda seja alto o número de pessoas sem ocupação –, renda real em recuperação, inflação em seu menor nível em muitos anos são elementos que ajudam a melhorar o ânimo dos consumidores. A cautela das instituições financeiras no exame dos pedidos de financiamentos de veículos, em razão da alta inadimplência no auge da crise, levou a mudanças no ranking das maiores operadoras do setor, mas há indicações de que os grandes bancos voltam a mostrar disposição de atuar com mais intensidade no setor de veículos.
Se essa tendência se consolidar, as vendas podem crescer mais depressa. Em novembro, foram vendidos 204,2 mil veículos, 14,6% mais do que em novembro do ano passado. Com isso, os estoques nas montadoras diminui de 234,1 mil para 232,1 mil unidades. É suficiente para 35 dias de vendas, pouco acima do índice considerado ideal, de 30 dias de vendas.
Em valores, as exportações de veículos e máquinas agrícolas, de US$ 1,423 bilhão em novembro, cresceram 31,4% em relação ao total exportado um ano antes. No acumulado do ano, o aumento foi de 49,4%. Quanto ao emprego, novembro registrou ligeira diminuição (de 0,3%) no quadro de pessoal das montadoras em relação a outubro, mas aumento significativo (2,5%) sobre novembro de 2016. (O Estado de S. Paulo)