Sinais positivos no comércio exterior

O Estado de S. Paulo

 

Cresceram, em setembro, tanto as exportações quanto as importações, mostrando que o comércio exterior está mais forte e poderá oferecer uma boa contribuição para a retomada em curso da economia. Entre os indicadores mais relevantes está o superávit comercial (diferença entre exportações e importações), que atingiu US$ 5,17 bilhões no mês passado e foi o maior não só para setembro, como para o período janeiro/setembro (US$ 53,28 bilhões) da série histórica do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), iniciada em 1989.

 

A balança comercial acumulou exportações de US$ 164,60 bilhões em 2017 e importações de US$ 111,33 bilhões, elevando a US$ 275,93 bilhões a corrente de comércio, 14,4% mais do que em igual período de 2016.

 

Destacaram-se não apenas as exportações dos principais itens manufaturados (automóveis de passageiros, veículos de carga, óxidos e hidróxidos de alumínio, açúcar e suco de laranja, máquinas para terraplenagem, autopeças e tratores), mas também de produtos como torneiras e válvulas, motores e geradores elétricos, polímeros plásticos e calçados.

 

A recuperação das vendas de manufaturados, inclusive daqueles que envolvem mais tecnologia, é um sinal valioso para o comércio exterior brasileiro, pois indica a melhora da competitividade da indústria brasileira.

 

As exportações estão se ampliando em valor e quantidade, destacando-se, por exemplo, as vendas para a China, que avançaram 50,5% em relação a igual mês de 2016, atingindo US$ 3,6 bilhões, ajudadas pelas vendas de soja em grão, carne bovina, catodos de cobre, ferro-ligas, centrifugadores, açúcar e algodão em bruto.

 

As importações de setembro aumentaram pelo décimo mês consecutivo. O carro-chefe foram os bens de capital (+34,5% sobre setembro de 2016), bem como veículos de carga, laminadores, aviões, secadores, lâmpadas de LED, caldeiras e motores. Isso significa que há mais investimentos no País.

 

O saldo comercial recorde deverá superar US$ 60 bilhões em 2017 e já está sendo revisto pelo MDIC para mais. O saldo decorre de fatores tais como a demanda ainda baixa e a alta de preço das commodities, mas também da pujança da economia global. É, pois, um tempo de oportunidades no comércio exterior, que o País não pode desperdiçar, pois essa é uma vantagem transitória. (O Estado de S. Paulo)