Governo avalia se vai recorrer da decisão da OMC

O Estado de S. Paulo

 

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, afirmou que, se necessário, o governo mudará os programas envolvidos no julgamento sobre o acordo automotivo Inovar Auto, questionado por Japão e União Europeia na Organização Mundial do Comércio (OMC). O organismo condenou a política industrial brasileira e exigiu que incentivos fiscais adotados pelo governo de Dilma Rousseff sejam abandonados, pelo menos na forma como são aplicados.

 

O governo brasileiro poderá recorrer da decisão. Se condenado, o Brasil terá de modificar o programa e os incentivos dados a montadoras. “Vamos aguardar uma análise dessa decisão da OMC e tomar as medidas necessárias”, afirmou Meirelles, após participar de seminário, fechado à imprensa, na Federação das Indústrias do Rio (Firjan).

 

O ministro destacou que os programas de incentivos foram programas feitos “pelo governo anterior”. “Esses programas, se tiverem de ser revistos, serão. É prematuro começar a especular o que faríamos”, disse.

 

Recurso

 

Em São Paulo, o ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Pereira, disse acreditar que o governo vai recorrer da decisão da OMC. “Essa representação é feita por grandes escritórios de advocacia e pelo Itamaraty”, disse o ministro, após evento da Fiesp, em São Paulo.

 

Por outro lado, afirmou Pereira, a decisão da OMC será também uma oportunidade para que o governo rediscuta essas políticas, “adotadas pelo governo afastado”, com o setor privado.

 

Em nota, o Itamaraty informou que o governo o analisará o relatório preliminar, que é confidencial, e apresentará comentários para consideração dos membros do painel da OMC antes de sua decisão final, que está sujeita à apelação.

 

“O Brasil tem ressaltado que os programas brasileiros questionados dão importante contribuição ao desenvolvimento econômico e tecnológico do País, bem como para a sustentabilidade ambiental”, diz o órgão. (O Estado de S. Paulo/Mariana Durão, Vinícius Neder, André Ítalo Rocha)