BMW eleva produção no País com ajuda de exportação, mas tem ociosidade de 50%

O Estado de S. Paulo

 

Favorecida por um contrato temporário de exportação, a única fábrica da BMW no Brasil, inaugurada em 2014 em Araquari (SC), deve terminar o ano com produção de 17 mil veículos, crescimento de 54% em relação às 11 mil unidades fabricadas em 2015. A estimativa para este ano foi informada nesta quarta-feira (9) pelo presidente da montadora no País, Helder Boavida, que participa do Salão Internacional do Automóvel de São Paulo.

 

O contrato prevê a venda de 10 mil unidades para os Estados Unidos, entre abril deste ano e março do ano que vem. Deste total, 6 mil unidades deverão ser enviados este ano, enquanto as 4 mil restantes ficarão para 2017. Para atender a esta demanda, a fábrica contratou 300 trabalhadores temporários, aumentando o quadro de funcionários para mil pessoas.

 

Apesar do avanço da produção no Brasil, a BMW opera com ociosidade de 50%, já que a fábrica em Santa Catarina tem capacidade para produzir 32 mil unidades por ano. A expectativa para 2017 é que o ritmo se mantenha, com a produção de 15 mil unidades, praticamente estável em relação ao volume previsto para este ano. “Em 2017, pior não vai ser”, disse Boavida. “Mas também não estamos esperando uma grande recuperação.”

 

Para o executivo, tanto o mercado total de veículos no Brasil quanto o do segmento “premium”, no qual a BMW está inserida, devem crescer “entre 5% e 7%” em 2017. Ele disse ainda que, da mesma forma que os veículos “premium” foram os últimos a registrar queda nas vendas, uma vez que a crise econômica costuma afetar menos os consumidores de maior renda. “Estamos otimistas quanto a isso”, afirmou.

 

Ainda que esteja na expectativa de um crescimento moderado do mercado em 2017, a BMW não planeja abrir novas concessionárias. A rede da marca para venda de automóveis conta hoje com 48 lojas em todo o Brasil. “Tínhamos um plano de expansão, mas esse plano está na geladeira”, afirmou Boavida, que não quis revelar qual é a meta de expansão. Ele admite, no entanto, que se o mercado reagir mais fortemente, o plano pode ser retomado.

 

Boavida declarou também que a montadora tem buscado novas alternativas de exportação, para não reduzir o ritmo de produção quando terminar o contrato com os Estados Unidos, mas disse que o Brasil tem poucos acordos comerciais com outros países e que isso acaba sendo um limitador. (O Estado de S. Paulo)