Blog do Caminhoneiro
A cada novo trimestre, o desempenho alcançado pela Marcopolo demonstra o acerto da estratégia da empresa de expandir seus negócios no mercado internacional, como as exportações, iniciadas há 55 anos, ou por intermédio da internacionalização, que completou 25 anos. Em que pese a queda de 27,0% na demanda brasileira de ônibus nos nove primeiros meses deste ano, a empresa alcançou receita líquida consolidada de R$ 1,756 bilhão, com redução de 10,0% em relação ao mesmo período de 2015. As exportações e os negócios no exterior atingiram R$ 1,190 bilhão e cresceram 19,6%, representando quase 68,0% da receita da Companhia.
Os resultados alcançados com as ações do Projeto Conquest, para ampliação ainda maior das exportações fizeram com que, somente no terceiro trimestre a Marcopolo registrasse na receita a exportação de 928 ônibus do Brasil, metade do total alcançado durante todo o ano de 2015. As exportações cresceram 102,2% em unidades físicas e 79,0%, em receita, e os negócios provenientes das operações internacionais, 13,7%. Se a empresa dependesse somente do mercado brasileiro, desde 2013, seus negócios teriam encolhido quase 75,0%, quando as vendas no Brasil alcançaram mais de R$ 2 bilhões nos primeiros nove meses daquele ano.
Entre os principais destaques do terceiro trimestre estão a alienação parcial do investimento da Marcopolo na empresa canadense New Flyer Industries (NFI); a consolidação da San Marino/Neobus, desde agosto, e a melhora do seu market share na produção brasileira. A demanda nacional absorveu apenas 1.223 unidades (45,3%) do total de 2.701 registradas no período pela companhia.
O market share geral da Marcopolo no Brasil subiu para 49,1% no 3T16, contra 33,9% no 2T16 e 39,7% no 3T15. A consolidação da Neobus, desde agosto, contribuiu com 7,3 pontos percentuais de participação no trimestre. Mesmo desconsiderando o efeito da consolidação da Neobus, a participação da Marcopolo no 3T16 mostrou evolução em todos os modelos quando comparado ao 2T16. No segmento de rodoviários, o aumento foi de 9,8 pontos percentuais em relação ao 2T16, com participação de 71,8%.
A alienação de 4,5 milhões de ações detidas pela Marcopolo na New Flyer, equivalente a 7,4% de participação no capital social da Companhia, gerou uma entrada de caixa de R$ 339,9 milhões. Essa operação, aliada à implementação das demais ações para a ampliação da atuação nos mercados de exportação, redução de despesas e custos indiretos, aumento da eficiência operacional através da adoção dos conceitos LEAN e consolidação da Neobus após a recente aquisição do controle total da empresa, permitiu à Marcopolo fortalecer ainda mais a sua competitividade nos mercados de ônibus brasileiro e mundial.
A empresa prevê a manutenção dos atuais níveis de exportação em razão da demanda aquecida do mercado externo. Ainda que o real tenha se valorizado quase 20,0% no ano, as exportações seguem sustentando os resultados e a produção da Marcopolo no Brasil, especialmente de veículos rodoviários pesados.
No mercado interno, a demanda continua deprimida e ainda sem sinais de retomada. No segmento de rodoviários, entretanto, ocorreu um aumento pontual de pedidos, decorrente da proximidade com o período de férias de verão. Além disso, a Marcopolo fechou contrato para o fornecimento de 200 ônibus escolares para o programa Caminho da Escola, que começaram a ser produzidos no quarto trimestre.
Nas unidades controladas no exterior, a receita líquida da Polomex, no México, e da Volgren, na Austrália, cresceram 26,0% e 24,3%, respectivamente. A unidade do México mostra boa recuperação em volumes e resultados nesse segundo semestre de 2016, após um primeiro semestre de baixa demanda. Parte desse crescimento foi decorrente de vendas de ônibus rodoviários através de exportações de KD’s a partir do Brasil, reflexo do novo modelo de negócio que possibilita à Polomex montar veículos com outras marcas de chassis. Na unidade australiana, o aumento de 25,5% de unidades físicas faturadas explica o crescimento da receita no trimestre. (Blog do Caminhoneiro)