Salão de São Paulo mostra triunfo dos SUVs compactos

O Estado de S. Paulo

 

A 29.ª edição do Salão do Automóvel de São Paulo, que será aberta ao público na quinta-feira, mostra o novo panorama do mercado brasileiro. As principais atrações são do segmento que mais cresce no Brasil desde 2014, o de utilitários-esportivos compactos.

 

A categoria não é a maior em volume de vendas, por causa dos preços iniciais sempre próximos aos R$ 70 mil. Porém, após o sucesso de Honda HR-V e Jeep Renegade, mostrados na última edição do evento, há dois anos, tornou-se prioridade para a maioria das montadoras – enquanto os hatches e sedãs pequenos, ainda líderes de emplacamentos, perdem espaço nos cronogramas de lançamentos.

 

Entre os destaques, há o primeiro Honda desenvolvido no Brasil, o WR-V. O modelo, a ser produzido em Sumaré (SP) a partir do ano que vem, usará a mesma plataforma do Fit, com o qual deverá também compartilhar o motor 1.5 flexível.

 

Menor que o HR-V, o WR-V colocará a Honda na briga com as versões de entrada de dois modelos veteranos, Ford EcoSport e Renault Duster. Atual líder de mercado, o HR-V parte de R$ 79.900, ante os R$ 68.690 iniciais de EcoSport e os R$ 67.170 do Duster. A expectativa é de que o novato seja posicionado nessa faixa de preço.

 

Pioneiro no segmento e líder de mercado até a chegada do Honda e do Renegade, o EcoSport, se estiver no salão, virá na versão atual, pois a reestilização esperada para o modelo não está pronta. O mexicano Tracker, importado pela General Motors, também recebe leve mudança no visual. Mais que a estética, o que deve atrair os clientes é o motor 1.4 turbo flexível de até 153 cv, que substituiu o 2.0. Trata-se do mesmo propulsor do Cruze.

 

Entre os modelos inéditos, o Creta promete ameaçar a hegemonia de HR-V e Renegade. Terceiro carro a ser produzido pela Hyundai em Piracicaba (SP), o jipinho, que em alguns mercados chama-se ix25, terá no País visual exclusivo.

 

Feito sobre a mesma plataforma do importado Elantra, ele trará duas opções de motor, ambas com comando variável de válvulas duplo (na admissão e no escape). O das versões de topo será 2.0. O dos modelos mais básico é uma evolução do 1.6 usado na linha HB20, cujo comando variável é apenas nas válvulas de admissão.

 

Outro utilitário que estreará no salão é a versão brasileira do Captur, da Renault. Mais sofisticado que o Duster – embora tenha porte menor –, o modelo é a aposta da montadora para ganhar força na briga com os líderes. Ele será produzido em São José dos Pinhais (PR).

 

Já a Toyota trará o conceito C-HR, que na Europa já tem versão definitiva. A montadora deve produzi-lo no Brasil até o fim desta década.

 

Os utilitários médios e os de luxo também terão espaço no evento. Entre eles, o destaque é o Jeep Compass, terceiro produto da fábrica da FCA em Goiana (PE). O modelo está chegando às lojas com motores 2.0 a gasolina e a diesel.

 

A importadora Kia trará o utilitário híbrido Niro e a Land Rover, uma novidade mundial, o Discovery. O modelo foi mostrado há cerca de um mês no Salão de Paris e esta será sua segunda aparição pública. A Mercedes-Benz terá entre os destaques o GLC Coupé, um crossover que une linhas de SUV e cupê. Ele chega da Alemanha para concorrer com o agora brasileiro BMW X4. Também deve fazer sucesso entre público o Levante, primeiro utilitário da marca de luxo italiana Maserati.

 

Compactos

 

Os hatches compactos receberão pouca atenção no evento. De inédito, haverá apenas o Renault Kwid, sucessor do veterano Clio. As vendas do modelo, a ser produzido no Paraná, começam em 2017.

 

A marca francesa promoverá ainda a estreia de Logan e Sandero em versões com o novo motor 1.0 de três cilindros. Há também a expectativa de que a Fiat mostre o Mobi equipado com esse tipo de propulsor.

 

Para o segmento de carros médios, duas estreias prometem chamar atenção. O Chevrolet Cruze Sport6 terá nova geração, enquanto o renovado sedã Kia Cerato aparecerá em versão importada do México – hoje, ele vem da Coreia do Sul.

 

Haverá também alguns protótipos que mostram tecnologias de propulsão com emissões baixas ou nulas, realidade ainda distante do mercado brasileiro. Nesse grupo, o destaque é o Chevrolet Bolt, carro elétrico com autonomia de 280 km. (O Estado de S. Paulo/Rafaela Borges)