Atividade da indústria paulista fecha o trimestre com queda de 2,3%

Portal Fiesp

 

O Indicador de Nível de Atividade (INA) da indústria paulista fechou o terceiro trimestre do ano em queda de 2,3%, sem os efeitos sazonais, em relação ao trimestre anterior. Em setembro, a redução foi de 0,2%, se comparada ao resultado de agosto. Os dados são da pesquisa do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp e do Ciesp (Depecon) divulgada na última sexta-feira, 28.

 

Segundo o diretor do Depecon, Paulo Francini, a manutenção do fraco desempenho do setor altera a projeção do INA para o ano de 2016, de 6,4% para 9,0% negativos.  “O ano vai terminar pior para a indústria do que 2015. Talvez o PIB não caia tanto quanto no ano passado, mas o comportamento da indústria vai ser pior em 2016”, diz.

 

Ao lembrar que o INA registrou quedas significativas em 2014 (-6%) e 2015 (-6,2%), Francini afirma que o quadro da atual economia é recessivo e devastador, comum em países em guerra ou que sofreram por catástrofes naturais.   “Dois anos de queda na economia só encontramos em 1930, não há situação paralela depois disto”.

 

Sobre expectativas para 2017, o diretor de Depecon afirma que não enxerga recuperação e lembra que fatores que estimulariam a demanda, como emprego, e renda também estão em baixa, além do crédito, cada vez mais restritivo. “A economia brasileira está em uma trajetória difícil. Para nós, 2016 terminou. Agora é torcer para o final do ano chegar logo, criar novas esperanças e ir em frente”, conclui.

 

Em setembro, o INA do setor de máquinas e materiais elétricos apresentou retração de 2,0%, se comparado ao mês anterior sem os efeitos sazonais. No Total de Vendas Reais a queda foi de 2,5%, enquanto nas Horas Trabalhadas na Produção o registro negativo foi de 2,3%. O NUCI (Nível de Utilização da Capacidade Instalada) apresentou ligeira alta de 0,3 p.p.

 

O setor têxtil também apresentou queda, desta vez de 1,0%, na passagem de agosto para setembro, na série sazonalmente ajustada. Houve retração no Total Vendas Reais (-1,9%) e nas Horas Trabalhadas na Produção (-1,4%). Com resultado estável, a variação do Nuci ficou em 0,1 p.p. (Portal Fiesp)