Jornal do Carro
No mercado de carros, a Honda é uma das chamadas “newcomers”, montadoras que se instalaram no País a partir do fim da década de 1990. Porém, considerando toda a indústria de veículos, a marca japonesa já é uma veterana: na última quarta-feira, celebrou 45 anos de atuação no Brasil. E, nessa trajetória, a empresa teve mais iniciativas bem sucedidas que deslizes.
A história começou em 26 de outubro de 1971, com a empresa dedicando-se à importação de motocicletas e, mais tarde, de produtos de força. Quatro anos depois, o governo vetou a importação de motos. Por isso, já em 1976, foi inaugurada a primeira fábrica da Honda no País, na zona franca de Manaus.
Nascia então a primeira moto Honda brasileira, a CG 125. Pelo baixo custo de manutenção e a confiabilidade, ela caiu no gosto do público. Ainda hoje, é a motocicleta mais vendida.
Os anos seguintes foram dedicados à ampliação da fabricação de motos, bem como à chegada de operações de cotas de consórcio em seguros. A atuação no segmento de carros teve início em 1992, logo após a abertura do mercado brasileiro à importação de veículos, no governo de Fernando Collor.
A marca passou a importar diversos modelos, como Civic e Accord, até hoje oferecidos por aqui, e Odyssey e Prelude. A fábrica de Sumaré, no interior de São Paulo, foi inaugurada em 1997 para fabricar o Civic. O segundo automóvel nacional da empresa, o Fit veio em 2003, e o terceiro, City, em 2009.
Foi em 2006, com a segunda geração do Civic nacional, que a Honda obteve seu maior sucesso. As linhas ousadas do carro cumpriram o papel de trazer consumidores mais jovens para o sedã. Aquele modelo chegou a liderar, por alguns anos, o segmento de sedãs médios, à frente de seu arquirrival Toyota Corolla – agora o primeiro colocado, com folga, da categoria.
Outro grande acerto foi o utilitário HR-V, que foi lançado no ano passado e divide base com City e Fit. Ele veio para desafiar o Ford EcoSport e chegou quase ao mesmo tempo que o Jeep Renegade. Desde então, é líder da categoria – perdendo para o modelo da marca americana apenas em alguns meses.
O acerto do HR-V foi investir em versões que oferecem o que a maior parte dos consumidores de utilitários compactos quer de fato: apelo urbano.
Na lista de deslizes, está o mexicano CR-V. No ano passado, a Honda passou a trazer apenas a versão de topo, com tração 4×4. O preço ficou muito alto e o carro perdeu relevância no segmento de utilitários médios, “engolido” pelo líder Hyundai ix35. O novo Civic, lançado neste ano, também pecou ao trazer um belo motor, o 1.5 turbo de 173 cv, apenas na versão de topo. O preço de R$ 124.900 ficou totalmente irreal para os padrões da categoria. (Jornal do Carro)