UOL Carros
Só três fitas pretas, fazendo quase que o papel de tapa-sexo, impediram que a Renault mostrasse tudo de seu Captur em praia de Ubatuba, revelou flagrante do leitor Marcelo Vieira. Com isso, fica claro que a marca francesa decidiu inverter o cronograma de lançamento de suas principais novidades para o Brasil.
Nacionalizados, Kwid e Captur vão trocar a ordem de chegada. Agora, a prioridade é colocar o utilitário esportivo primeiro nas ruas. O pequenino crossover – ou “micro-SUV, como a Renault vai querer forçar – precisa de mais ajustes e terá a chegada adiada.
Esta confirmação do Captur mostra que a onda SUV segue em alta: na última semana, o crossover chinês JAC T3 também foi flagrado em ruas brasileiras.
Conforme apurado por UOL Carros junto a três fontes ligadas à marca, fabricante prepara para início do ano que vem a apresentação do Captur, provavelmente antes do Carnaval.
Um Kicks da Renault
Quase “sem roupa” na praia, o Captur brasileiro será também descolado do estilo europeu. Lá, o modelo é menor e usa base do Clio IV. O nacional está relacionado, na verdade, ao “Kaptur” russo: plataforma é a B0, a mesma do Duster. Até a distância entre-eixos, de 2,67 metros, será mantida em relação ao coirmão.
Nosso Captur, porém, será mais refinado no visual (inspirado nas linhas do Captur europeu) quanto em motorização e equipamentos. Motor deve ser o mesmo 1.6 flex do Nissan Kicks – porém recalibrado para ir um pouco além dos 114 cv (pelo menos com etanol) -, acoplado a transmissão CVT ou manual de seis marchas. Conjunto de suspensão deve vir da picape Duster Oroch, com conjunto independente.
Homologado para cinco passageiros, conforme antecipado pela nossa reportagem em novembro do ano passado, terá preços logo acima do patamar do Duster, partindo de pouco menos de R$ 90 mil.
Mas e o Kwid?
Fontes consultadas pelo especialista Fernando Calmon, colunista de UOL Carros, sinalizam que a Renault tende a atrasar a chegada o subcompacto no mínimo para março, podendo estender a espera até o segundo trimestre.
O principal motivo seria não encavalar os dois lançamentos, evitando o fenômeno vivido pela Fiat em 2016: a marca italiana lançou Toro e Mobi em intervalos muito próximos, o que acabou atrapalhando o início das vendas do hatch.
Sendo assim, o Kwid vai esperar o possível “boom” na procura pelo Captur nas concessionárias para, só então, começar a ser vendido. Em um mercado que está priorizando a rentabilidade dos carros de maior valor, o atraso não seria considerado nenhuma tragédia pela Renault.
Enquanto isso a fabricante ficaria livre para realizar alterações no projeto original, especialmente do ponto de vista de segurança – vale lembrar como o Kwid foi mal nos testes de impacto do NCAP asiático.
Procurada, a Renault do Brasil não confirmou as informações, mas reiterou que ambos os modelos serão exibidos durante o Salão de São Paulo 2016, junto com o suvão Koleos. (UOL Carros/Fernando Calmon e Leonardo Felix)