A evolução das rodas de 1886 até hoje

Jornal do Carro

 

Nos projetos dos novos veículos, as rodas têm importância fundamental – são valorizadas pelas montadoras e pelos donos dos carros. Mas nem sempre foi assim. Os primeiros automóveis eram praticamente carroças ou charretes que trocaram a tração animal pelo motor.

 

Como tinham baixo desempenho, as rodas utilizadas por veículos movidos por animais eram suficientes. Assim, durante o final do século 19 e o início do século 20, os automóveis tinham rodas raiadas e feitas de madeira (a maioria era conhecida também como “roda de artilharia”) ou de aço.

 

É o caso do conjunto utilizado no Patent-Motorwagen, considerado o primeiro carro com motor a combustão do mundo. Criado pelo alemão Carl Benz em 1886, trata-se de um triciclo que não passa dos 16 km/h. Há duas rodas grandes atrás e uma menor na frente, todas raiadas e de aço.

 

Com a evolução da mecânica e o aumento de desempenho, as rodas tiveram de acompanhar o novo ritmo. No começo do século 20, a companhia britânica Sankey passou a oferecer rodas de aço desmontáveis, separadas do eixo.

 

Graças ao novo sistema, a empresa garantia que a substituição poderia ser feita “em menos de um minuto”. Além disso, embora tivessem aparência de madeira, elas eram de aço, mais leves e resistentes.

 

Segundo o professor de história da mobilidade Carlos Castilho, nos anos 20 o Bugatti T35 recebeu rodas de liga leve e raios abertos, o que favorecia a dissipação de calor dos freios.

 

Após um período de supremacia das peças de aço, as de ligas metálicas passaram a ganhar mercado, por serem mais leves. Com elas, houve melhora do desempenho e do consumo dos automóveis.

 

Foi assim que ligas de magnésio e – principalmente – alumínio viraram sucesso. Atualmente, elas são itens de série em boa parte dos automóveis.

 

E a evolução continua. A Ford foi a primeira a oferecer (em 2015) rodas de fibra de carbono em um carro feito em série: para o Mustang Shelby GT350R. Agora, a marca estendeu a oferta ao superesportivo GT.

 

Segundo a empresa, a redução de peso beira 1 quilo por unidade. Isso resulta em acelerações e frenagens mais eficientes, além de melhor dirigibilidade e menor nível de ruídos. (Jornal do Carro)