O Estado de S. Paulo
A indústria paulista, responsável por cerca de 30% de tudo o que é produzido pelo setor no País, teve crescimento de 1,6% em julho, com ajuste sazonal, em relação ao mês anterior, segundo a mais recente Pesquisa Industrial Mensal divulgada pelo IBGE. O resultado é interpretado como uma sinalização de que o processo de desaceleração está próximo do fim. “A indústria paulista está melhor agora do que no início do ano e no final de 2015”, como avalia Rodrigo Lobo, economista do IBGE.
No geral, abrangendo todas as 15 regiões pesquisadas, o crescimento industrial foi de 0,1% de junho para julho. Além de São Paulo, também apresentaram crescimento no período considerado os Estados de Pernambuco (3,9%), Paraná (2,6%), Espírito Santo (2,3%), Minas Gerais (1,1%) e Ceará (0,4%).
Na comparação com o mesmo mês de 2015, porém, a indústria de São Paulo acusa uma queda de 1,8%, completando uma sequência de 29 variações negativas. Verifica-se, no entanto, que o recuo da indústria paulista está bem abaixo da média nacional de decréscimo (6,6%). Há Estados nos quais o recuo da produção ainda é superior a dois dígitos, como são os casos de Espírito Santo (21,2%), Bahia (19,2%) e Rio Grande do Sul (11,9%).
O que se verifica é que, no período de 12 meses, somente dois Estados apresentam variações positivas. No Pará, a indústria extrativa mineral garantiu um crescimento de 9,9% e a produção agrícola possibilitou à indústria de Mato Grosso avançar 3,1%.
No caso de São Paulo, dois fatores devem ser levados em conta. Do lado negativo, o setor industrial do Estado é muito afetado pelo grande peso do segmento automotivo, fortemente afetado pela queda da capacidade de consumo da população. O setor automobilístico registrou redução de 10% em julho, na comparação com julho de 2015. Na mesma comparação, também teve um recuo sensível (9,3%) o setor de derivados de petróleo e biocombustíveis. Em contrapartida, São Paulo conta com um forte setor de produção de alimentos industrializados.
Embora os resultados mensais da produção industrial paulista possam ser animadores, mostrando uma gradual recuperação, o Estado, como o País, ainda se ressente das altas taxas de desemprego, da inflação e das condições de crédito muito deprimidas. Tudo isso desencoraja investimentos produtivos em ritmo que possa dar vigor à retomada que parece estar se esboçando. (O Estado de S. Paulo)