Após onda de SUVs, Porsche também quer produzir peruas

Bloomberg

 

A Porsche planeja lançar uma station wagon, ampliando seu portfólio para além do icônico 911 e dos SUVs Macan e Cayenne para entrar em mais um segmento. A informação vem de pessoas familiarizadas com a estratégia da empresa.

 

O carro que servirá de base para tal fim será o sedã Panamera, que recebeu sua segunda geração este ano. A apresentação da perua deverá acontecer no Salão de Genebra, em março de 2017, com vendas nos meses seguintes.

 

Esta será a terceira e mais nova aposta da Porsche fora de suas raízes, que são os carros esportivos, após abrir o leque para os SUVs com o Cayenne, em 2002, e para sedãs, com o próprio Panamera, em 2009.

 

Rivais

 

A perua do Panamera competiria com o Mercedes-Benz CLS Shooting Brake e a Ferrari GTC4Lusso para atrair uma espécie rara de consumidor — principalmente no Brasil — que busca um misto de luxo, esportividade e praticidade. O novo Porsche deve se basear, em parte, no design do conceito Sport Turismo Concept, apresentado no Salão de Paris em 2012.

 

Recuperação

 

A Porsche, que quase foi à falência nos anos 1990, desfruta de uma demanda recorde nos últimos anos com base na estratégia de usar o legado do 911 para construir modelos mais adequados ao uso cotidiano.

 

O aumento do apelo do Panamera faz parte de um plano de expansão que também inclui seu primeiro carro esportivo totalmente elétrico, em 2020. O lucro da empresa é vital para a Volkswagen em sua reformulação para absorver os cerca de 18 bilhões de euros em custos pelo escândalo de fraude das emissões.

 

A Porsche vendeu mais de 150 mil unidades do Panamera desde o lançamento do carro, mas o ritmo caiu com o envelhecimento do modelo. Questiona-se, no entanto, quanta ajuda a versão perua poderá contribuir.

 

Sucesso na Europa… E só

 

O estilo da carroceria é popular principalmente na Europa, enquanto nos EUA e na China, os maiores mercados da Porsche nos dias de hoje, os clientes que querem espaço e luxo tendem a optar pelos SUVs de alto padrão, Cayenne e Macan. Ainda assim, os custos de desenvolvimento de um derivado do tipo são moderados e a Mercedes conseguiu atrair novos compradores com a versão wagon do CLS.

 

O design do Panamera original gerou controvérsia entre fãs de carros esportivos e foi ridicularizado pela imprensa automotiva, que à época comparou seu visual ao de uma “baleia corcunda”. A segunda geração do modelo foi lançada em junho e tem um traseira reformulada, com elementos de design do 911.

 

A Porsche vai lançar uma versão híbrida do sedã no Salão de Paris, no final deste mês. Com tração nas quatro rodas, tem autonomia elétrica de 50 quilômetros e aceleração de 0 a 100 km/h em 4,6 segundos — o modelo já é vendido na Alemanha a partir de 107.553 euros, incluindo imposto sobre valor agregado.

 

Há muito em jogo para a Porsche depois que a empresa investiu 500 milhões de euros para consolidar a produção do Panamera em sua fábrica de Leipzig, na Alemanha, juntamente com o Macan. Mas o Panamera é importante para o Grupo VW porque serve de base para outros modelos, como o Bentley Continental. (Bloomberg/Christoph Rauwald)