GM prepara Tracker com receita do Cruze para voltar à briga de SUVs

UOL Carros

 

A GM já admitiu ter subestimado o potencial do mercado de SUVs compactos no Brasil. Hoje a fabricante é obrigada a conviver com um cenário em que Honda HR-V, Jeep Renegade e, mais recentemente, Nissan Kicks são centros das atenções, enquanto o velho e bom Tracker fica ali, largado para escanteio.

 

Enquanto a nova geração não chega – é só a partir dela que a Chevrolet poderá nacionalizar sua produção -, o jeito é brigar com as armas disponíveis: no Salão de São Paulo, em novembro, a fabricante deve apresentar ao Brasil o facelift do jipinho.

 

Mostrado globalmente em fevereiro deste ano, com cara de Cruze e regado de novas tecnologias, o Tracker reestilizado deve ganhar as ruas brasileiras no primeiro semestre de 2017. Uma unidade foi flagrada pelo atento leitor Rafael Zarpelon numa avenida de Campinas (SP).

 

Chances de nacionalização? Dificilmente para agora. Abrir espaço para um produto em metade de vida útil não compensaria em termos de custos, aos olhos dos executivos da marca. Esta missão ficará apenas para a próxima geração, já aproveitando nova plataforma que dará vida à família de Onix e Prisma, entre 2018 e 19.

 

Há, porém, rumores de que uma segunda linha de montagem – a atual fica em San Luís Potosí (México) – possa ser arranjada na Argentina, o que facilitaria a importação.

 

Motor turbo no radar

 

Isto não significa que a GM não queira fazer o Tracker voltar a ter destaque no mercado. Se a fabricante não pode brigar pela liderança do segmento – já que há limitações de cotas e custos envolvendo um produto que vem de fora -, vai ao menos querer tornar o seu suvinho uma referência em tecnologia.

 

Portanto, assim como ocorreu com o Cruze, o utilitário deve vir carregado de tecnologia. Isso inclui a forte possibilidade de o motor 1.4 Ecotec turbo entrar na gama.

 

No caso do sedã, o propulsor possui injeção direta e está preparado para ser flex, rendendo 150/153 cv com gasolina/etanol. O Tracker feito no México para os EUA, é preciso frisar, usa uma especificação mais antiga desse projeto, sem injeção direta e preparada para chegar a 140 cv.

 

Os três caminhos possíveis seriam: 1) adaptar o motor turboflex do Cruze para atender ao mercado brasileiro, ao menos nas versões de topo; 2) usar o Ecotec mais antigo e só a gasolina, o que limitaria as pretensões do modelo; 3) seguir com o velho 1.8 aspirado de 144 cv.

 

Referência em tecnologia

 

Além do turbo, o novo Tracker oferecido no Brasil deve contar com vários dos itens já existentes nos EUA: iluminação em LED para luz diurna e lanternas traseiras; central MyLink de última geração, com espelhamento de celulares (via Apple CarPlay e Android Auto) e sistema de monitoramento e concièrge OnStar; chave inteligente; partida do motor por botão; sensores laterais de ponto cego e de tráfego cruzado a traseira; alerta anticolisão frontal e de mudança involuntária de faixa; câmera de ré; e rodas de liga leve aro 18.

 

A percepção dos comandantes da GM é que deixar o modelo mais equipado, receita usada com sucesso no Cruze, aumentará a rentabilidade e o renome do modelo, preparando terreno para o sucessor – aí sim, nacional – enfim brigue para colocar a marca no topo do segmento. (UOL Carros/André Deliberato e Leonardo Felix)