Após 4 anos, Nissan encerra programa experimental de táxis elétricos

Auto Estrada

 

A Nissan anunciou o fim do programa de táxis elétricos promovido pela companhia nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, quatro anos após seu início. Durante esse período, a fabricante cedeu em regime de comodato 25 unidades de táxi do modelo 100% elétrico Leaf, que rodaram mais de 2,2 milhões de quilômetros com emissão zero de poluentes. De acordo com a Nissan, nesses anos cada veículo do programa deixou de lançar na atmosfera 13,6 toneladas de CO2.

 

A cessão das unidades do Leaf foi realizada por meio de parcerias como órgãos como as prefeituras do Rio e de São Paulo, bem como as secretarias estaduais de Transportes dos respectivos estados e a Adetax (Associação das Empresas de Táxi de Frota do Município de São Paulo). A Nissan também cedeu o hatch movido a eletricidade para as empresas Petrobras Distribuidora, AES Eletropaulo e Light.

 

Do total de 25 táxis, dez foram destinados à cidade de São Paulo em 2012 e, no ano seguinte, outros 15 foram cedidos ao município do Rio de Janeiro. Além de contribuírem para a redução na emissão de poluentes, esses veículos, afirma a montadora, também proporcionaram uma grande redução nas despesas com abastecimento de combustível e manutenção, já que são recarregados na rede elétrica. Segundo a Nissan, cada táxi Leaf viabilizou uma economia superior a R$ 10 mil por ano, considerando gastos não só com combustível, mas também com itens como óleo lubrificante e filtro de óleo, que não são necessários em um propulsor elétrico.

 

Atualmente, o Leaf não está à venda para pessoas físicas. No ano passado, após o governo federal isentar automóveis elétricos e movidos a hidrogênio da alíquota de 35% do Imposto de Importação, a Nissan anunciou o início das vendas oficiais a partir de 2016.

 

A montadora também adiantou que o modelo será fabricado na planta de Resende, no Rio de Janeiro, a partir de 2017, inicialmente em regime CKD, no qual os componentes são importados e apenas a montagem é feita localmente. Por volta de 2020, o modelo será totalmente nacionalizado.Atualmente, o Leaf é vendido apenas a frotistas e empresas e está presente de forma experimental no serviço de táxi nas cidades de São Paulo e do Rio de Janeiro. Com o recém anunciado benefício fiscal e outras isenções que podem ser concedidas nos próximos meses, o preço do modelo, movido apenas a energia elétrica, ficará mais acessível.

 

Há um projeto no Senado que prevê isenção de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos elétricos e híbridos a etanol, desde que sejam produzidos localmente. A Nissan não dá estimativa de preços, mas especula-se que o Leaf deverá custar mais de R$ 100 mil, mesmo com todos os descontos de tributos.

 

O Leaf a ser vendido no mercado brasileiro nos próximos meses já como modelo 2016, que recebeu melhorias como a ampliação da autonomia com uma carga completa das baterias, que é de cerca de 150 km na versão atual e saltou para aproximadamente 270 km. Além disso, o novo módulo de baterias de íon-lítio de 30kWh pode ser recarregado em uma tomada comum em até quatro horas, prazo que cai para somente 30 minutos com o uso de carregador rápido. (Auto Estrada/Alessandro Reis)