Indústria automotiva pressiona Trump a manter acordo do NAFTA

Jornal do Carro

 

Com a campanha “Driving American Jobs”, as grandes montadoras estão se mobilizando para pressionar o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a retirar sua proposta ao Tratado de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) que impactaria o setor automotivo. O presidente americano deseja taxar as fabricantes que não atingirem um percentual mínimo obrigatório de peças produzidas nos EUA, no Canadá e no México.

 

Atualmente, ao menos 62,5% do material de um carro precisa ter origem na América do Norte para circular na região livre de tarifas. Trump sugeriu aumentar o requerimento para 85%, dos quais 50% deveriam ser americanos. As propostas foram vistas como impraticáveis por Canadá, México e pelo grupo de montadoras composto por General Motors, Ford, Toyota, Volkswagen AG e Hyundai, entre outras.

 

A indústria automotiva se juntou à Câmara de Comércio dos Estados Unidos e a outras grandes empresas, que afirmam que romper com o acordo, que já existe há mais de 23 anos, seria terrível para os trabalhadores americanos. “Precisamos dizer aos seus representantes eleitos que não se muda o jogo no meio de uma retomada. Estamos ganhando com o NAFTA”, disse a coalizão em seu site oficial.

 

A campanha surgiu devido ao medo do aumento de impostos, numa mudança que pode afetar montadoras com fábricas no México. Em entrevista à Fox Business Network neste domingo, Trump disse que o acordo “provavelmente” vai ser renegociado, porém pode ser revogado caso as taxas não sejam justas.

 

O representante do comércio americano Robert Lighthizer disse no início do mês que a administração Trump estava focada em conseguir um negócio justo. Porém, ele afirmou não ter visto indicação de que as empresas estejam dispostas a fazer mudanças que resultem num rebalanceamento e redução dos déficits comerciais.

 

Atualmente a indústria automobilística mobiliza US$1,3 trilhões anualmente através do NAFTA. (Jornal do Carro)