AutoIndústria
As incertezas sobre o futuro da Nissan só aumentaram nos últimos dois meses. Depois de anunciar, com toda a pompa, a união com a Honda sob uma holding e ver o acordo entrar em colapso no início deste mês, agora a montadora japonesa se depara com o interesse da gigante dos eletrônicos Foxconn.
Nesta quarta-feira, Young Liu, o presidente da empresa taiwanesa conhecida por fabricar o iPhone da Apple, dentre outros equipamentos eletrônicos de várias marcas, descartou a possibilidade de uma aquisição, mas admitiu que considera a compra de algum nível de participação na fabricante japonesa.
A Nissan, que encaminha plano de reestruturação que envolve o corte de 9 mil postos de trabalho e redução da capacidade produtiva em todo o mundo em 20%, não esconde a disposição de encontrar parceiros no mundo da tecnologia, sobretudo depois das negociações frustradas com a Honda.
Liu, contudo, disse que, em princípio, o maior interessa da Foxconn é estabelecer cooperações com a Nissan e não comprar qualquer participação.
Não de hoje a Foxconn, assim como outras empresas de tecnologia, vem sinalizando o interesse de ampliar atuação no segmento de veículos elétricos — a taiwanesa já possui acarros e utilitários dentro do grupo Hon Hai—, como parte de seu processo de diversificação do portfólio de produtos e segmentos.
Do capital da montadora japonesa, 36% ainda pertencem à parceira de aliança global Renault. A fabricante francesa, entretanto, vem reduzindo sua participação desde 2023.
Apesar de não comentar as declarações de Liu, a Renault teria retomado conversas com a Foxconn sobre a venda de sua participação na Nissan, afirmou o jornal econômico inglês Financial Times.
O interesse da Renault em se desfazer dos papeis teria crescido ainda mais depois do fracasso das negociações entre Nissan e Honda, mas já em dezembro executivos da Foxconn mantiveram encontro com Luca De Meo, CEO da Renault. (AutoIndústria)