Trump diz que taxará em 25% importação de aço e alumínio; Brasil será afetado

O Estado de S. Paulo

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem que vai adotar tarifas de 25% sobre as importações de aço e alumínio. A medida atinge diretamente o Brasil, segundo maior exportador de aço para os EUA em 2024, atrás do Canadá. Segundo o Instituto Aço Brasil, os americanos responderam por 60% das exportações de produtos siderúrgicos saídos daqui no ano passado. Foram comercializadas 5,8 milhões de toneladas, no valor de US$ 4,7 bilhões. Trump disse ainda que vai anunciar “tarifas recíprocas” para países que “tiram vantagem” dos americanos. “(Isso) Não vai afetar todos os países, porque há alguns com os quais temos tarifas similares”, afirmou. “Mas, com aqueles que estão tirando vantagem dos EUA, teremos reciprocidade.” O Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços não se manifestou. Também ontem, passaram a valer as tarifas de retaliação da China a medidas anunciadas pelo presidente americano.

 

Em novo movimento de revisão da política comercial do país, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse que vai anunciar hoje a aplicação de tarifa de 25% sobre todas as importações de aço e alumínio. A decisão vai afetar alguns dos maiores parceiros comerciais do país, caso do Brasil.

 

O maior fornecedor de aço para os EUA em 2024 foi o Canadá, seguido pelo Brasil e México, de acordo com o American Iron and Steel Institute. O Canadá também é um grande fornecedor de alumínio para o mercado americano.

 

Já segundo o Instituto Aço Brasil, em 2024 os EUA responderam por 60,6% do volume de produtos siderúrgicos exportados pelo Brasil – em valores, a fatia foi de 54,1%. Foram 5,8 milhões de toneladas, com valor total de US$ 4,7 bilhões. Procurado, o Ministério de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) afirmou que não iria se manifestar.

 

Trump fez a declaração ontem a bordo do avião presidencial, em viagem a Nova Orleans, onde acompanhou à noite partida final do Super Bowl.

 

Durante seu primeiro mandato, Trump chegou a impor tarifas de 25% sobre o aço e de 10% sobre o alumínio, mas depois revogou as sobretaxas a parceiros comerciais como Canadá, México, União Europeia e também Brasil.

 

Trump disse ainda que pretende anunciar “tarifas recíprocas” contra os países que “tiram vantagem” dos americanos. O anúncio, segundo ele, pode acontecer entre amanhã e quarta-feira. “Não vai afetar todos os países, porque há alguns com os quais temos tarifas similares; mas, com aqueles que estão tirando vantagem dos EUA, teremos reciprocidade.”

 

O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, afirmou que a União Europeia está preparada para reagir “dentro de uma hora” a eventuais tarifas dos EUA a produtos europeus.

 

Os anúncios de ontem vêm na esteira de outras mudanças comerciais que Trump fez desde que assumiu a Casa Branca. Ele já impôs tarifa de 10% sobre produtos da China. A resposta chinesa começou a valer ontem (segunda-feira, pelo horário de Pequim): o gás liquefeito e o carvão comprados dos EUA serão taxados em 15%, enquanto petróleo, máquinas agrícolas e veículos de grande potência vão pagar mais 10% de imposto. A retaliação terá impacto de US$ 14 bilhões (R$ 81,3 bilhões). (O Estado de S. Paulo/André Marinho)