Motor 1
Marca registrada do Panda na Europa há várias gerações, a oferta de versões aventureiras com tração 4×4 será mantida também na nova encarnação recém-lançada. Prova disso partiu do próprio CEO da Fiat, Olivier Francois, durante entrevista concedida à revista Autocar. Questionado sobre o assunto, o chefão confirmou que o Grande Panda 4×4 já está em desenvolvimento e não deve demorar para chegar ao mercado.
“Sim, estamos comprometidos em fazer algo e estamos estudando isso”, disse Francois. “Estamos tentando encontrar a solução e um caminho. A questão é se deve ser Panda 4×4 a combustão ou um Panda 4×4 elétrico”, explicou, fazendo referências às diferentes opções de propulsão do compacto. “Estamos analisando soluções e como e quando — mas entendemos o ponto e gostaríamos de fazer algo assim em breve”, finalizou.
O Grande Panda é baseado na plataforma Smart Car, que normalmente suporta apenas tração dianteira. Para acomodar a tração 4×4, os engenheiros terão de modificar a estrutura e encontrar soluções para acionar o eixo traseiro. Uma solução potencial seria adicionar um motor elétrico na traseira em esquema semelhante ao encontrado no Jeep Avenger 4Xe e no Alfa Romeo Junior Ibrida Q4.
No entanto, para fazer jus à fama do Panda 4×4, a solução ideal seria um sistema 4WD mais tradicional e parecido com os anteriores. De todo modo, a versão terá exclusividades como maior distância em relação ao solo, suspensão com ajustes específicos para maior robustez e visual com elementos próprios.
Hoje, o Grande Panda é vendido na Europa com motorizações híbrida e totalmente elétrica. A primeira combina motor 1.2 de três cilindros a gasolina com 100 cv de potência e bateria de íons de lítio de 0,9 kWh e 48 volts. A bateria alimenta o motor elétrico de 21 kW (aproximadamente 28,5 cv) integrado ao câmbio automatizado eDCT de dupla embreagem. O sistema é do tipo híbrido-leve e ajuda a reduzir emissões em situações de baixa velocidade.
Já a segunda tem conjunto formado por motor de 83 kW (113 cv) alimentado por bateria de 44 kWh que permite atingir 132 km/h de velocidade máxima e garante aceleração de 0 a 100 km/h em 11 segundos. A autonomia divulgada, dentro do ciclo WLTP, é de 320 km. O carregamento em corrente alternada com até 7 kW de potência é realizado em 4 horas e 20 minutos. Já em corrente contínua de 100 kW, o sistema garante uma carga completa em 27 minutos.
Custa a partir de 18.900 euros, algo como R$ 116.000 em conversão direta. Já a versão mais cara sai por 27.900 euros (R$ 171.300).
Panda já foi flagrado no Brasil
Dois exemplares do Fiat Grande Panda foram flagrados no Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP). Uma unidade estava pintada na cor preta, enquanto a outra mantinha camuflagem. Apesar disso, é importante ressaltar que o Grande Panda não deve chegar aqui exatamente como o modelo europeu. Na prática, servirá de base/inspiração para a próxima geração do Argo.
Lançado em 2017 a partir da arquitetura MP1, o Argo já tem alguns anos de estrada sem grandes mudanças e foi escanteado pela estratégia da Fiat de focar nos SUVs Pulse e Fastback. Estes, inclusive, foram os primeiros produtos da Stellantis a ganhar sistema de propulsão eletrificada no Brasil, do tipo híbrido-leve, aliada sempre ao motor 1.0 T200 e ao câmbio CVT. (Motor 1/Dyogo Fagundes)