Venda de máquinas fecha 2024 com desempenhos opostos

AutoIndústria

 

O setor de máquinas encerrou o ano passado com desempenhos de vendas distintos entre segmento. Enquanto as entregas de máquinas de construção registraram alta de 22,2% com 37,1 mil unidades, as agrícolas anotaram queda de 19,8% com 48,9 mil equipamentos.

 

Segundo avalição da Anfavea, o avanço das máquinas de construção representa uma recuperação, embora ainda o volume tenha ficado abaixo do pico de 2022, quando fechou venda de 39 mil unidades. Conhecidas como linha amarela, os equipamentos atuam tanto na construção no campo.

 

“São também máquinas de apoio no setor agrícola, que também precisa de retroescavadeiras, por exemplo, para serviços de terraplanagem. Daí, a demanda mais forte”, observou Alexandre Bernardes, vice-presidente da associação, durante apresentação do balanço de 2024, na quinta-feira, 23.

 

Em trajetória, as vendas de máquinas agrícolas sentiram o peso de condições adversas que se apresentaram no ano passado. “A redução na safra de grãos foi uma delas, mas também as mudanças climáticas, os preços menores das commodities e as altas taxas de juros”, listou Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea.

 

Projeção e agenda 2025

 

Ao colocar de um lado da balança oportunidades como crescimento econômico global e do Brasil, investimentos de programas governamentais como PAC e Nova Indústria Brasil e, de outro, os riscos provenientes por taxas de juros em alta, real desvalorizado, queda no preço de commodities e efeitos de mudanças climáticas, a Anfavea projeta estabilidade para o setor de máquinas em 2025.

 

Em números, a associação estima total de 87,1 mil máquinas, o que representará um leve crescimento de 1,3%, puxado pela linha amarela, com alta de 3%, para 38,2 mil unidades, enquanto, as vendas de máquinas agrícolas ficarão empatada com 48,9 mil unidades.

 

Para o setor máquinas a Anfavea também preparou uma agenda prioritária a ser trabalhada em 2025 junto ao governo com os seguintes pontos:

 

  • Recomposição da alíquota do Imposto de Importação, de 14%;
  • Políticas de garantia e financiamento para exportação;
  • Reindustrialização da cadeia de fornecedores;
  • Renovação da frota de máquinas agrícolas e de construção, e expansão da mecanização;
  • Aperfeiçoamento da política de compras públicas de máquinas, sem prejuízo à indústria local, ao emprego e à inovação;
  • Criação de condições atrativas de financiamento do Plano Safra e do BNDES para máquinas agrícolas e de construção, além de novas fontes de crédito.

(AutoIndústria/Décio Costa)