O Estado de S. Paulo
Instituições financeiras esperam uma alta de um ponto porcentual na taxa Selic na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), nos dias 28 e 29 deste mês, conforme o indicativo dado pelo Banco Central no último encontro, no ano passado. Esse é o cenário-base de 50 de 51 casas que responderam à pesquisa Projeções Broadcast. A elevação projetada levaria o juro básico a 13,25%.
Na mesma reunião do ano passado, do BC previu ainda uma nova elevação de mesma magnitude da Selic na reunião do Copom em março.
A aposta em uma Selic ainda mais elevada no fim de 2025 também aumentou entre os analistas de mercado. A estimativa intermediária da pesquisa subiu de 14,75% para 15%, na comparação com último levantamento realizado no dia 19 de dezembro. Um dos principais motivos para um juro ainda mais alto, observam os analistas, é a desancoragem ainda grande das expectativas de inflação.
Na pesquisa Focus do dia 20 de janeiro, a mediana para o IPCA de 2025 aumentou de 5% para 5,08%; para 2026, de 4,05% para 4,10%; e de 2028, de 3,56% para 3,58%. A estimativa intermediária para o IPCA de 2027 se manteve em 3,9%.
“Real mais depreciado e expectativas desancoradas indicam a necessidade de avançar ainda mais em território contracionista”, diz o Itaú Unibanco, em relatório. O banco revisou nesta semana a projeção para a Selic no final de 2025, de 15% para 15,75%. Na avaliação da instituição, o último Copom de 2024 constatou uma piora significativa das expectativas de inflação 18 meses à frente, justificando uma postura mais firme do Banco Central.
Do encontro de dezembro para cá, as expectativas no mesmo horizonte já pioraram. “Se tal movimento continuar, existe o risco de que o Banco Central não consiga reduzir o ritmo de alta em maio”, alerta o banco no documento. (O Estado de S. Paulo/Gabriela Jucá e Anna Scabello)