Produção de pesados confirma retomada de caminhões e ônibus

AutoIndústria

 

O desempenho das atividades da indústria de pesados apresentado em 2024 comprova a recuperação dos segmentos de caminhões e ônibus após o arrefecimento provocado pela introdução das regras do Proconve P8 em 2023.

 

No ano passado, enquanto a produção de caminhão cresceu 40,5% sobre o ano anterior, para 141.252 unidades, a de chassi de ônibus aumentou 34,7% com 27.749 unidades.

 

Somente em dezembro passado, a produção de caminhões anotou alta de 29,3% com 10.679 unidades ante 8.262 produzidas no mesmo mês de 2023. Na base de comparação, o ritmo de montagem de ônibus cresceu os mesmos 34,7% do acumulado, de 1.258 para 1.694 chassis.

 

“Apesar de base de comparação baixa, os números mostram uma forte retomada dos segmentos”, avaliou Eduardo Freitas, vice-presidente da Anfavea, durante apresentação do balanço do setor automotivo de 2024, na terça-feira, 14.

 

Para o dirigente, além de o ano consolidar os produtos para atender o Proconve P8, o exercício sinalizou alguns movimentos que deverão se mostrar mais evidentes em 2025.

 

“A produção de caminhões foi muito impulsionada por produtos ligados à infraestrutura e construção. Com a expectativa de safra mais robusta, o setor agrícola deverá ter um papel maior nos próximos meses.”

 

Freitas também observa que na área de caminhões começa a ficar mais aparente o início de processo de renovação de frota. “Grande parte dos transportadores investiu para suportar a demanda durante a pandemia e, agora, chega a hora de trocar de veículo.”

 

No caso de ônibus, o impulso em 2024 veio do segmento urbano, o mais representativo com crescimento de 11%. “Foi um ano especial para os chassis. Cabe lembrar que apenas 2,5 mil unidades para o Programa Caminho da Escola foram entregues em 2024 de 7 mil que o governo colocou em pedido, volume que deverá a aparecer esse ano.”

 

O representante da Anfavea ainda aponta desafios, como a alta nas taxas de juros.  “É um sinal de alerta, afinal, aumenta o custo de financiamento. Mas também há o lado positivo com PIB em crescimento, emprego em alta e expectativa de boa safra. São forças que tendem a compensar”. (AutoIndústria/Décio Costa)