Empresa chinesa aposta em soluções completas para ônibus elétricos no Brasil

Diário do Transporte

 

O Diário do Transporte entrevistou Flávio Pimenta, Diretor de Mobilidade da Livoltek para a América Latina, sobre os planos da empresa para o mercado de ônibus elétricos no Brasil. A Livoltek, parte do grupo chinês Hexing Group, está expandindo suas operações no país para incluir soluções completas para ônibus elétricos, indo além do fornecimento de carregadores.

 

Diário do Transporte: O Grupo Hexing com a Livoltek é uma novidade no mercado de ônibus elétricos?

Flávio: Sim, é uma novidade. Estamos focando na área de transporte público, por isso estamos mapeando os primeiros projetos e propondo soluções técnicas para os clientes.

 

Diário do Transporte: A Livoltek está de olho no mercado paulista?

Flávio: Sim, mas vamos além de apenas fornecer carregadores. Oferecemos uma solução completa, desde a conexão com a concessionária de energia até o veículo, incluindo subestação, infraestrutura de média e baixa tensão, carregador, software de gestão e pós-vendas. Acreditamos que empresas robustas são necessárias para garantir a longevidade da infraestrutura, que ultrapassa a vida útil dos veículos.

 

Diário do Transporte: A Livoltek oferece alternativas para recarga rápida, como pantógrafos ou indução subterrânea?

Flávio: No Brasil, nosso portfólio atual inclui apenas recarga plug-in. Acreditamos que a solução plug-in, com espaços de recarga em terminais, é mais vantajosa, eliminando riscos de vandalismo, problemas estéticos e permitindo recargas intermediárias.

 

Diário do Transporte: Quais outras cidades brasileiras a Livoltek identifica como oportunidades de negócio?

Flávio: São José dos Campos, Rio de Janeiro, Salvador e Curitiba são cidades que demonstraram interesse em expandir suas frotas de ônibus elétricos. Curitiba, em particular, está planejando um sistema que prioriza a infraestrutura antes da compra dos veículos, o que é uma abordagem muito interessante.

 

Diário do Transporte: Como a infraestrutura da Livoltek e Hexing está sediada no Brasil?

Flávio: Temos fábricas no Ceará e em Manaus, escritórios em Belo Horizonte, São Paulo e Curitiba, além de quatro armazéns de estoque de equipamentos.

 

Diário do Transporte:  A Livoltek tem planos para o futuro no mercado brasileiro de ônibus elétricos?

Flávio: Nossa meta é alcançar 15% do mercado brasileiro em 2025. Acreditamos que a demanda por ônibus elétricos no Brasil continuará crescendo, especialmente em São Paulo.

 

Diário do Transporte:  A Livoltek tem alguma parceria com empresas que fornecem ônibus elétricos?

Flávio: Buscamos testar e homologar nossos produtos com os fabricantes de ônibus, mas acreditamos que a infraestrutura de recarga deve ser agnóstica e transparente, garantindo a interoperabilidade entre diferentes marcas de ônibus.

 

Diário do Transporte: O que você destacaria sobre a dinâmica do mercado de ônibus elétricos?

Flávio: A dinâmica mudou um pouco. A infraestrutura de recarga exige planejamento com antecedência. Para projetos em média tensão, 6 a 8 meses de antecedência são importantes. Para alta tensão, o ideal é de 1 ano e meio a 2 anos.

 

Diário do Transporte: E a Livoltek na América Latina?

Flávio: O Brasil é o nosso hub de conhecimento, desenvolvimento de novas tecnologias e fábrica na América Latina. Cada país terá sua própria política comercial, mas o suporte técnico e tecnológico virá do Brasil. (Diário do Transporte/Alexandre Pelegi)