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Desde o dia 1 de janeiro, estão em vigor as Regras da 6ª Edição da International Automotive Task Force (IATF) 16949, que substituem a 5ª Edição. As mudanças abrangem o tempo máximo de auditoria, o fim da auditoria preliminar e da possibilidade de organismos de certificação oferecerem consultoria sobre o sistema de gestão de qualidade, além do estabelecimento de novos prazos para a auditoria.
As empresas que fornecem para as principais montadoras do setor precisam estar em conformidade com a norma, pois garante mais transparência aos processos administrativos e de manufatura, incluindo a rastreabilidade dos produtos, a responsabilidade corporativa da empresa, e protegem o cliente corporativo de problemas relacionados à qualidade dos componentes.
“O principal foco da norma é aumentar a qualidade das peças e serviços entregues às montadoras e otimizar a qualidade do processo produtivo e a norma especifica os requisitos para alcançar e manter o reconhecimento da IATF de padrão de qualidade automotiva, criado para reduzir falhas e desperdícios nas indústrias” explica Plínio Pereira, gerente da área de Sistemas da TÜV Rheinland.
A norma foi criada em 1999 pela International Automotive Task Force (Força Tarefa Automotiva Internacional, em português), formada por montadoras da Alemanha, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido. O Brasil tem 1.171 fabricantes de peças para veículos automotores certificados, de acordo com os requisitos da IATF. Mas para que essas empresas possam manter a certificação, exportar e comercializar seus produtos para as grandes montadoras, elas precisam se adaptar às novas regras.
Alterações
A 6ª Edição da IATF 16949 determina que apenas um organismo de certificação poderá auditar o local de produção e um local estendido de produção, estando esse a 16 km de distância e até 60 minutos de carro do site principal. Para ser considerado um local estendido ele deve receber apoio do site produtivo principal. “O organismo certificador não pode prestar consultoria sobre o sistema de gestão de qualidade (SGQ) do cliente que será certificado e uma auditoria preliminar não pode mais ser realizada”, alerta Plínio Pereira, gerente da área de sistemas da TÜV Rheinland.
Só podem ser feitas duas auditorias de manutenção anuais para um site produtivo num ciclo de auditoria de três anos. O intervalo entre as auditorias de manutenção será de -3/+3 meses a partir do último dia da auditoria inicial, de transferência ou de recertificação. A não realização de uma auditoria de manutenção no intervalo exigido resultará na retirada do certificado no prazo de sete dias.
As informações para o planejamento de auditoria devem ser fornecidas pela empresa que será auditada com pelo menos 30 dias de antecedência. Caso contrário, a certificadora deverá considerar seu adiamento para garantir que o plano de auditoria seja enviado ao cliente com pelo menos 14 dias prévios.
A empresa auditada deve fornecer respostas iniciais às não conformidades principais, incluindo ações de contenção, corretivas e verificação da eficácia, entre outros, no prazo de 15 dias corridos, e respostas adicionais com ações corretivas e verificações da sua eficácia no prazo de 60 dias corridos. Se o organismo certificador não receber as informações no prazo será retirada a certificação.
Caso ocorra a mudança do local de produção é necessário fazer uma auditoria especial. No período em que é feita a auditoria na planta, pode ser aplicada a auditoria remota para funcionários que trabalham à distância em um local remoto, como por exemplo onde os projetos são desenvolvidos. Mas a auditoria remota só pode ser feita em locais que não tenham manuseio de produtos ou materiais usados no processo de manufatura.
Se a certificação de uma planta produtiva for suspensa devido a uma reclamação de desempenho, a empresa auditada pode se manifestar no Complaint Management System (CMS) ou em português, Sistema de Gestão de Reclamações, da IATF, no prazo de 20 dias após o recebimento da notificação de suspensão.
Pereira alerta que: “apesar das Regras afetarem, principalmente, os organismos de certificação que conduzem as auditorias, as empresas certificadas devem compreender as mudanças, pois elas irão afetar as auditorias futuras para obter ou manter a certificação”. (Portal Technibus/Sonia Moraes)