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Os bancos de montadoras liberaram R$ 200,09 bilhões para financiamento de veículos de janeiro a setembro de 2024. Este montante é 32,2% superior aos R$ 151,3 bilhões disponibilizados no mesmo período de 2023, segundo a Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras (Anef).
O saldo total das carteiras apresentou aumento de 17,1%, atingindo R$ 470,6 bilhões de janeiro a setembro deste ano, ante os R$ 402 bilhões do mesmo período do ano passado. Segundo a Anef, o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) manteve a grande representatividade nos contratos, com quase a totalidade dos financiamentos, atingindo R$ 199 bilhões. O Leasing correspondeu a R$ 1 bilhão.
No mercado de caminhões e ônibus, o Finame teve maior participação nas vendas, ao registrar aumento de 31% para 35% neste período. As vendas financiadas por meio do CDC caíram de 41% para 38%, a comercialização à vista permaneceu em 23% e o Consórcio caiu de 5% para 4%.
No financiamento por meio do CDC para pessoa física, a inadimplência acima de 90 dias ficou em 4,5%, com redução de 0,8 ponto percentual no comparativo de setembro de 2024 com o mesmo mês de 2023. Para pessoa jurídica, o aumento foi de 0,5% ponto percentual, alcançando 2,4%.
Em setembro de 2024, a taxa de juros foi de 1,54% ao mês, abaixo de 1,70% em setembro do ano passado, e a taxa anual ficou em 20,45%. O recente anúncio de que a Selic deverá atingir 11,75% no fim do ano preocupa o setor, segundo Paulo Noman, presidente da Anef.
“Juros altos impactam diretamente no crédito, que move o mercado automotivo. No entanto, também entendemos que é essencial controlar a inflação. O setor precisará se adaptar a esse cenário desafiador, buscando alternativas para oferecer opções de financiamento mais acessíveis aos consumidores.”
Noman ressalta a importância de manter um diálogo aberto com o governo para encontrar soluções que possam equilibrar a necessidade de controle da inflação com estímulo ao consumo no setor automotivo. “Precisamos encontrar um caminho que permita a recuperação do mercado sem comprometer a estabilidade econômica”. (Portal Technibus/Sonia Moraes)