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A Anfavea e a consultoria Boston Consulting Group (BCG) apresentaram hoje (27/09) o novo estudo intitulado “Avançando nos Caminhos da Descarbonização Automotiva no Brasil”, com o objetivo de contribuir para a COP, que será realizada este ano no Azerbaijão e no ano que vem em Belém, no Pará.
Atualmente, o setor automotivo emite 242 milhões de toneladas de CO² por ano, o que representa cerca de 13% das emissões totais do Brasil. Se o ritmo atual de crescimento for mantido, as emissões poderão atingir 256 milhões de toneladas em 2040.
Márcio de Lima Leite, presidente da Anfavea, afirmou que o estudo é importante também para direcionar os investimentos de toda a cadeia automotiva no caminho para a descarbonização. “O estudo demonstra que é possível atingir uma redução de até 280 milhões de toneladas de CO² nos próximos 15 anos com a adoção de novas tecnologias e combustíveis alternativos. Mas existe um potencial ainda maior, se forem adotadas algumas medidas como inspeção técnica veicular e renovação de frota”.
O estudo aponta diferentes cenários para o futuro e o impacto de cada um deles na emissão de CO². A pesquisa aborda as diferentes tecnologias para redução das emissões como eletrificação, biodiesel, HVO Hidrogênio e outros combustíveis renováveis. Para que o país avance na descarbonização de forma mais efetiva, o estudo indica que essas diferentes alternativas sejam combinadas. Também é fundamental o desenvolvimento de um ecossistema abrangente, que inclui a cadeia de fornecedores, infraestrutura de recarga, geração e distribuição de energia, além da produção de biocombustíveis.
O segmento de veículos pesados, as vendas com novas tecnologias de propulsão podem representar 60% em 2040. Masao Ukon, diretor-executivo, sócio e líder da prática automotiva na América do Sul do BCG, destacou as diferenças entre ônibus e caminhões na jornada da descarbonização. “Os ônibus têm se voltado mais para a eletrificação, principalmente o segmento de urbanos. E os modelos elétricos poderão ultrapassar os 50% da frota de ônibus urbanos já em 2035.”
A infraestrutura tanto para a eletrificação quanto para uso de biocombustíveis e biometano é um desafio, mas também uma oportunidade para as empresas que poderão atuar nesta área.
Henry Joseph Junior, diretor técnico da Anfavea, lembra que os cenários de transição energética traçados no estudo, tanto gradual quanto acelerada, não ocorrerão naturalmente. “Esses são cenários possíveis, mas que só irão ocorrer se houver esforços para isso, com incentivos e legislação pertinente. Para termos uma redução significativa, é preciso que haja uma combinação de diferentes ações e uso de diferentes tecnologias e combustíveis”, avalia.
Se hoje os modelos eletrificados respondem por pouco mais de 7% do mix de vendas de leves, em 2030 eles representarão de 39% a 54%, dependendo dos cenários previstos no estudo, e de 32% a 62% em 2035. Os pesados também terão sua parcela de novas tecnologias, embora um pouco menor (15% a 24% do mix em 2030, 335 a 42% em 2035). Até 2040 poderemos chegar no país a 86%-91% de leves e 44%-59% de pesados. (Portal Technibus/Marcia Pinna)