Transporte Moderno
A Volkswagen Caminhões e Ônibus decidiu proporcionar algumas melhorias técnicas do e-Delivery de 11 toneladas para avançar em performance de vendas de caminhões elétricos no Brasil. O vice-presidente de vendas, marketing e serviços da montadora, Ricardo Alouche, disse que o modelo agora apresenta um custo operacional de transporte até 10% menor. Segundo o executivo, esse é um fator essencial para ganhar força em negociações desse tipo de veículo. O novo e-Delivery será exibido pela montadora na Fenatran, maior feira de transportes da América Latina, que ocorrerá de 4 a 8 de novembro, em São Paulo.
Desde que começou a vender a família de elétricos em 2021, que conta com os modelos de 11 e de 14 toneladas, a VWCO emplacou 400 unidades desses caminhões. Segundo Alouche, ainda neste ano, a companhia chegará a 600 unidades vendidas no país. Para 2025, a meta é que o volume de vendas a ser realizado seja o dobro do que foi conquistado em 2024. O que significaria um número aproximado de 700 unidades.
Para chegar a uma redução de custo ao cliente, a VWCO investiu em um novo motor elétrico de 280 kW, proporcionando um aumento de 7% no torque, com 2.300 Nm disponíveis desde a partida.
Essa performance aprimorada garante maior força e capacidade de resposta, otimizando as operações de transporte em diversos setores. Com um PBT de 11.400 kg, outra novidade está no seu PBTC e CMT de 15.000 kg, com capacidade de reboque de 3.600 kg.
Segundo informou a montadora, essa configuração, aliada à redução de peso nos componentes do e-Delivery, eleva a capacidade de carga útil para 6.300 kg, na versão com maior autonomia, um aumento de 16% em relação à primeira geração lançada em 2021.
Concorrência mais equilibrada
Além da atualização técnica, outros fatores ajudarão a Volkswagen a avançar em vendas de elétricos a partir do próximo ano. Em entrevista recente ao portal Transporte Moderno, Alouche havia dito que a recente reimposição de tarifas sobre caminhões importados pode beneficiar ainda mais a Volkswagen. Anteriormente, esses veículos entravam no Brasil com isenção de impostos, mas agora enfrentam uma taxa de 20%, que deve aumentar para 35%.
“Com a equiparação das condições tributárias, a Volkswagen estará em uma posição mais competitiva e terá mais chances de destacar seus caminhões elétricos, mesmo que os preços permaneçam superiores”, analisa.
Antes da reimposição dessas tarifas, caminhões importados chegavam ao Brasil com impostos reduzidos, tornando-os mais baratos em comparação aos modelos locais. “Isso afetou diretamente a competitividade do e-Delivery, que enfrentava não apenas a carga tributária brasileira, mas também custos de produção mais elevados“, disse.
Conforme o executivo, quando os clientes se interessavam pelos elétricos, muitas vezes optavam por modelos mais baratos devido à diferença de preço. “Agora, com a taxação voltando, há um equilíbrio maior no mercado.”
Alouche também ressaltou o impacto positivo da crescente popularidade dos ônibus elétricos, que tem ajudado a disseminar a tecnologia elétrica no setor de transporte de carga. “Os benefícios do silêncio, da economia e das práticas ESG (Environmental, Social, and Governance, em português Ambiental, Social e Governança) estão cada vez mais em evidência”, afirmou. (Transporte Moderno/Aline Feltrin)