Weg vira uma máquina de compra de empresas e já está em 17 países

O Estado de S. Paulo

 

Em abril de 1961, um eletricista, um administrador e um mecânico se juntaram, em Jaraguá do Sul (SC), para criar uma empresa especializada em fabricar motores elétricos, à qual deram o nome de Eletromotores Jaraguá, em homenagem à cidade. Foi o embrião da Weg, que se tornou uma multinacional brasileira reconhecida globalmente por atuar na fabricação de equipamentos elétricos, com destaque em motores e automação industrial.

 

Hoje, a companhia está presente em 17 países (incluindo o Brasil). Sua última aquisição ocorreu na quinta-feira passada, quando comprou a Volt Eletric Motors, fabricante turca de motores elétricos industriais e comerciais e subsidiária do Grupo Saya. O valor do negócio é de US$ 88 milhões.

 

Com 63 unidades industriais, apresenta um valor de mercado na Bolsa superior a R$ 220 bilhões, com uma receita anual que caminha para R$ 40 bilhões – fechou 2023 com cifra de R$ 32,5 bilhões. A Weg se destaca por ter uma taxa de crescimento anual de 18% ao longo dos últimos 28 anos.

 

As primeiras aquisições de ativos da Weg no exterior ocorreram no ano de 2000 no México – onde está consolidando uma plataforma industrial de grande porte, visando atender ao mercado da América do Norte, especialmente os Estado Unidos – e na Argentina. De lá para cá, principalmente a partir de 2010, a Weg se tornou uma máquina de compra de ativos, avançando do Brasil para várias partes do mundo: das Américas, com forte posição nos EUA e no México, além do Brasil, Europa (vários países), Ásia, com destaque para China e Índia, até a África.

 

Nos EUA, em setembro passado, fez seu maior investimento de aquisição. Por cerca de US$ 400 milhões (a R$ 1,98 bilhão pelo câmbio da época) comprou a fabricante de motores elétricos industriais e geradores Regal Rexnord e herdou uma dezena de fábricas nos EUA, no Canadá, no México, na China, na Índia, na Itália e nos Países Baixos.

 

Em 2011, a empresa vislumbrou grande potencial no segmento de geração de energia renovável eólica. No ano seguinte, fez o primeiro fornecimento de um aerogerador com o selo Weg, ao instalar equipamentos em um parque eólico do Nordeste, marcando sua entrada em um mercado dominado por multinacionais. (O Estado de S. Paulo/Ivo Ribeiro e Clayton Freitas)