Julho tem déficit de R$ 21,3 bilhões; dívida vai a 78,5% do PIB

O Estado de S. Paulo

 

O setor público consolidado (conceito que engloba governo central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) teve déficit primário de R$ 21,348 bilhões em julho, o maior para o mês desde 2023, quando houve um rombo de R$ 35,809 bilhões.

 

O resultado, divulgado ontem pelo Banco Central, ficou acima do piso das expectativas (de saldo negativo em R$ 13,80 bilhões) do mercado, conforme levantamento feito pelo Projeções Broadcast, e ajudou a dar impulso ao dólar no dia (mais informações na pág. B6). O resultado primário reflete a diferença entre receitas e despesas do setor público antes do pagamento dos juros da dívida pública.

 

O resultado do setor público foi composto por um déficit primário de R$ 8,618 bilhões do governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e INSS); de R$ 11,038 bilhões nos Estados e municípios; e de R$ 1,692 bilhão das empresas estatais. Isoladamente, os Estados tiveram déficit de R$ 6,303 bilhões e os municípios, de R$ 4,735 bilhões.

 

Com isso, o rombo acumulado nos sete primeiros meses do ano chegou a R$ 64,797 bilhões, o equivalente a 0,98% do PIB – ante R$ 56,179 bilhões no mesmo período de 2023.

 

Dívida

 

Já a dívida bruta do governo como proporção do PIB subiu de 77,8%, em junho, para 78,5% em julho. Em dezembro de 2023, o porcentual era de 74,42%. Em reais, passou de R$ 8,691 trilhões para R$ 8,826 trilhões entre junho e julho.

 

O indicador (que considera o governo federal, os governos estaduais e municipais, excluindo o Banco Central e as empresas estatais) é uma das referências para avaliação, por parte das agências globais de classificação de risco, da capacidade de solvência do País. Na prática, quanto maior a dívida, maior o risco de calote por parte do país.

 

O pico da série da dívida bruta foi alcançado em dezembro de 2020 (87,6%), em virtude das medidas fiscais adotadas no início da pandemia de covid-19. No melhor momento, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,5% do PIB. (O Estado de S. Paulo/Cícero Cotrim, Célia Froufe e Giordanna Neves)