Pesquisa revela que empresas buscam reduzir emissões

O Estado de S. Paulo

 

A eletrificação está ganhando cada vez mais notoriedade no cenário automotivo seja qual for o segmento de atividade. Em todas as pesquisas, a eletromobilidade aparece como importante vetor para a evolução dos negócios, além do cumprimento da agenda ESG das empresas e das metas de descarbonização.

 

O Arval Mobility Observatory, plataforma de pesquisa e intercâmbio de informações no setor de frota e mobilidade e braço da Arval, empresa de fullservice leasing para frotas corporativas e especialista em soluções de mobilidade, realizou o estudo independente “Barômetro de frotas e mobilidade 2024”, entrevistando 8.605 pessoas tomadoras de decisões de 30 países, entre 21 de agosto e 13 de novembro de 2023. “A ideia é chegar a um panorama, sem achismos, sobre a situação de cada mercado de frotas corporativas e como as companhias estão pensando nesse momento de transição energética”, afirma Julio Meneghini, gerente de marketing e produtos da Arval Brasil.

 

Segundo a pesquisa, 70% das empresas consideram usar carros eletrificados nos próximos três anos. Hoje, uma das alternativas (híbrido ou 100% elétrico) já é utilizada em 49% das empresas entrevistadas. Em três anos, 17% querem usar só carros de passageiros 100% elétricos (e 10% das empresas só veículos comerciais leves elétricos).

 

Cenário brasileiro

 

Aqui foram ouvidas 300 empresas e elas se mostraram confiantes na estabilidade ou expansão de frotas corporativas nos próximos três anos. Segundo o levantamento, o maior desafio para os gestores brasileiros até 2027 é a mudança da matriz energética, com o uso de veículos movidos a tecnologias alternativas.

 

O estudo aponta que o interesse das frotas corporativas por carros 100% elétricos existe no País, mas ainda está muito abaixo da média global. Somente uma em cada 10 empresas vem adotando veículos híbridos ou totalmente movidos a bateria. No entanto, para os próximos três anos, quatro em cada 10 empresas planejam promover essa transição.

 

O quadro é melhor em relação aos veículos comerciais leves: uma em cada cinco companhias brasileiras já usam ou pretendem usar modelos elétricos ou movidos a hidrogênio nos próximos três anos.

 

A pesquisa mostra que a opção pelos elétricos ainda é limitada devido às poucas estações de recarga – 47% dos entrevistados declaram não ter nenhum ponto instalado nas dependências da empresa e 30% com expectativa de instalação nos próximos 12 meses.

 

“O Brasil é um país gigante e a infraestrutura pesa muito na tomada de decisão. Por isso, a rota de eletrificação se encontra mais acelerada em outros países”, explica Meneghini. “Muitos gestores de frotas jamais tiveram contato com um carro 100% elétrico.”

 

De acordo com o “Barômetro de frotas e mobilidade”, as políticas de responsabilidade social corporativa e a redução de custos de combustível estão motivando as empresas a implementar ou considerar tecnologias de energia alternativas para veículos comerciais leves no Brasil. Além disso, a mobilidade dos colaboradores é de grande importância para 31% das empresas.

 

“A meta dos gestores de frotas é diminuir o uso de veículos a combustão, fazendo a substituição pelos movidos por tecnologias alternativas de energia”, revela o executivo.

 

Outras alternativas

 

Se o Brasil está atrás no caminho da eletrificação em comparação a outros países, ele é uma referência em se tratando de alternativas de mobilidade. A implantação de soluções revela que o País pode servir de exemplo na locomoção dos usuários.

 

Atualmente, oito entre 10 empresas já adotam ao menos uma opção de mobilidade para seus colaboradores. Uma das preferidas dos usuários é a bicicleta compartilhada, embora seja muito confrontada pelo subsídio para transporte público e pela carona. Já o carro compartilhado corporativo demonstra forte potencial de crescimento nos próximos três anos.

 

“Há uma mudança expressiva de como a mobilidade é percebida entre os colaboradores, abrindo espaço para outros meios de transporte alternativos”, afirma Meneghini. (O Estado de S. Paulo/Mário Sérgio Venditti)